Paulo Bertolini integra missão na Europa para discutir segurança alimentar e temas ligados a produção

Paulo Bertolini integra missão na Europa para discutir segurança alimentar e temas ligados a produção

Luana Dias

Segurança alimentar, técnicas de manejo e sustentabilidade são os temas centrais das discussões que ocorrem na Alemanha e Bélgica, onde estão representantes da Maizall – Aliança Internacional do Milho, cujo presidente é o empresário castrense Paulo Betolini. Ele e outros produtores de milho do Brasil, Argentina e Estados Unidos viajaram para a Europa em missão, e durante essa semana participam de encontros, com representantes do setor em diferentes esferas, com o propósito, segundo Bertolini, de entender o ponto de vista alemão sobre os desafios que a agricultura moderna tem.

Principalmente, em relação a três programas que a União Europeia está ajustando: Green Deal, Farm to Fork e Mirror Policy, que tendem a reduzir o consumo de insumos na agricultura em 50%, até 2030, e que terão impacto forte no custo da produção europeia. Tais políticas em desenvolvimento, devem reduzir a cadeia de distribuição dos alimentos, tornando a produção mais local, e, se vigorarem devem alterar também a política externa, já que os europeus irão exigir a mesma regulamentação de seus fornecedores.

As visitas também têm sido produtivas para a troca de experiências, conforme explica o presidente da Maizal. “Viemos mostrar a nossa forma de produção, dos três países. Temos tido a oportunidade de mostrar, inclusive, que somos sustentáveis do ponto de vista ambiental, social, de compliance e de gestão, e que muitas vezes, somos até mais sustentáveis que a própria Alemanha e Europa como um todo, do ponto de vista ambiental. Aqui, agora que estão começando a falar em plantio direto, técnica que o Brasil já tem há 40 anos e que começou inclusive, na região de Castro, com Frank Dijkstra. Aqui eles lavram a terra, que fica sujeita a erosão da água e do veto, além disso, tem a questão do clima e da emissão de carbono, são muitas operações de maquinários nas terras. Tenho compartilhado as informações e falado dessas diferenças, a partir de dados de pesquisa e até da minha experiência como agricultor’, destaca.

E, com a situação de guerra na Ucrânia, que é um dos principais produtores de grãos como milho e trigo na Europa, a segurança alimentar do continente não poderia ficar de fora das discussões, afinal, os três países representados pela Aliança Maizal (Brasil, Argentina e Estados Unidos), são os responsáveis por 50% da produção mundial de milho, e por 70% do comércio internacional do milho. “O ponto central da discussão tem sido a segurança alimentar. A Alemanha e o resto da Europa são dependentes do milho que era produzido na Ucrânia e com a guerra, provavelmente, não só o milho, mas cereais como o trigo não serão produzidos, ou haverá redução significativa da área de plantio, e com isso, há risco de desabastecimento do mercado europeu. Nós como produtores, passamos o nosso ponto de vista, falando muito da importância de o agricultor ter acesso a tecnologias, principalmente a biotecnologia, e que a Europa precisa ter abertura maior a essas tecnologias, principalmente em face ao desafio da segurança alimentar”, finaliza Bertolini.

Visitas

Durante a missão na Europa, o grupo tem feito visitas a fazendas, universidades, associações ligadas ao agronegócio, sede do governo alemão, Ministério da Agricultura e a uma instituição que funciona como uma confederação nacional da agricultura alemã

Redação Página 1

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