Modernização e preservação do meio ambiente são o futuro do agronegócio, afirma governador
AEN
“Cada vez mais nosso agronegócio tem saído da enxada para entrar nos tablets, smartphones e aplicativos que ajudam na agricultura de precisão”. Foi reforçando a união do agronegócio paranaense com a preservação do meio ambiente e com a inovação que o governador Carlos Massa Ratinho Junior abriu, nesta segunda-feira (12), o Digital Agro 2021. O congresso, promovido pela Cooperativa Agroindustrial Frísia até 15 de julho, é considerado uma das principais feiras de tecnologia e inovação para o agronegócio do Brasil.
Ele afirmou que a agricultura paranaense, principal pilar econômico do Estado, consegue unir produtividade, digitalização, inovação, eficiência e desenvolvimento sustentável, se destacando como um exemplo mundial.
“A digitalização vem para trazer cada vez mais precisão a essa agricultura moderna. Uma feira como essa é importante para fazer com que o Brasil continue sendo pioneiro e dispute mercados em grau de igualdade com países que há dez anos protagonizavam a produção de alimentos no mundo. E com muito orgulho falo do Paraná hoje é referência global em quantidade e variedade”, disse Ratinho Junior.
A programação do evento, que inclui palestras e debates com especialistas, é dividida em cinco pilares temáticos: tecnologias para produção sustentável, futuro dos alimentos, o futuro da gestão no campo, inovação no agronegócio e pecuária 4.0. Esta é a primeira vez que a feira é realizada de forma inteiramente digital.
Além do governador Ratinho Junior, outras autoridades participaram da abertura do evento, apresentado pela jornalista especializada em economia e agronegócio Kellen Severo.
“É um evento que nos faz pensar como podemos criar uma agropecuária cada vez mais sustentável. Precisamos, através das nossas ações de hoje, entregarmos uma agropecuária melhor para gerações futuras. E isso acontece com tecnologia, conhecimento e transformação digital, fazendo a agricultura brasileira ser competitiva respeitando o meio ambiente”, afirmou o diretor-presidente da Frísia, Renato Greidanus.
Inovação
O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, comentou que os ganhos de produção e rentabilidade vistos no Paraná nas últimas décadas são consequência do aumento da produtividade, ao invés da incorporação de novas áreas, provando que é possível especializar cada vez mais as fazendas.
“Isso nos leva a um aumento da sustentabilidade, a palavra-chave do momento”, explicou. “Inovação, sustentabilidade e competitividade andam juntas. É notório que o desempenho do agronegócio tem por âncora a incorporação desses fatores, com ganho expressivo de tecnologia. Estamos conseguindo produzir mais, com menos área, reduzindo custos, fazendo mais e melhor com menos recursos”.
Segundo ele, fator que ajudou a transformar o Estado em líder nacional. “Somos os principais produtores ou exportadores de café, açúcar, soja, frango, suínos, tabaco, entre muitos outros produtos. Estamos presentes em mais de 140 países ajudando a alimentar quase 1,5 bilhão de pessoas”, acrescentou o secretário.
Ortigara complementou que a tecnologia, mote do Digital Agro 2021, é um dos quatro pilares que sustentam o que ele definiu como uma revolução agrícola. Dentre os exemplos possíveis de serem aplicados em curto prazo no Estado estão bioinsumos, genética genômica, agricultura de precisão e automação.
Leandro Moura, presidente da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná), destacou que a digitalização é fundamental para potencializar esse caminho em prol da produtividade. A instituição é responsável pelo desenvolvimento de sistemas de tecnologia em parceria com a Secretaria da Agricultura, o que ajuda a criar a infraestrutura digital necessária para os processos básicos de inovação.
O presidente também adiantou que a companhia tem investido em duas fortes tendências tecnológicas. “Estamos trabalhando na área de inteligência artificial, desenvolvendo parcerias com universidades e cooperativas para melhorar a organização das informações dessas instituições”, relatou. “Além disso, criamos um setor de internet das coisas (IoT). Estamos na iminência da chegada do 5G no País, e queremos estar preparados para quando esse momento chegar”.
Livre de aftosa
As autoridades paranaenses também reforçaram, durante o evento, o importante título conquistado pelo Paraná em maio de 2021: o selo de área livre de aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O reconhecimento internacional, buscado pelo Paraná há mais de 50 anos, funciona como um aval sanitário, validando o controle veterinário da região. Com isso, o selo abre novos mercados para a exportação de carne e outros produtos de origem animal.
“Essa conquista coloca o Paraná em um dos maiores graus de sanidade animal no mundo, abrindo uma enorme oportunidade de fazer crescer nosso produto – nosso frango, nossa carne suína, nosso peixe, que tem ganhado os mercados americano e europeu”, pontuou o governador.
Programação
Nesta segunda-feira (12), a abertura foi seguida de uma palestra do economista Ricardo Amorim. Nos próximos dias, a programação segue das 9h30 às 20h.
São esperadas as presenças como Michael Horsch, fundador da Horsch; Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura; Fabio Teixeira, CEO e fundador da Hypercubes, agrotech fundada no Vale do Silício; Melissa Carmichael, vice-presidente da Bremer Bank; e Jonathan Gill, dono de um projeto de fazendas autônomas.
Além da programação online, o evento também reúne mais de 25 expositores e salas de networking virtual para os participantes. Os ingressos custam R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia-entrada). Confira a programação completa no site do evento.
Presenças
Também participaram da abertura do evento o secretário de empreendedorismo e inovação no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim; o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil, Marcio Lopes de Freitas; o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken; e o gerente técnico da Fundação ABC, Luis Henrique Penckowski.