Rede Feminina de Combate ao Câncer celebra 50 anos em Castro com muitas histórias e vitórias

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Sede da Rede Feminina de Combate ao Câncer, no centro de Castro

Sandro Adriano Carrilho

Nesta quarta-feira (31), uma das mais respeitadas entidades filantrópicas, sem fins lucrativos, completa 50 anos em Castro. Orgulho para a cidade e para quem vive o dia a dia de ajudar as pessoas, a atual presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), Rosina Pereira Jorge Cardoso, fala com entusiasmo do trabalho realizado por ela e por mais de 25 voluntárias, e da generosidade de pessoas e empresas.

A frente da entidade pela segunda vez (2021 a 2023), Rosina recordou os primeiros passos, quando a Rede teve Regina Nardi Cardoso, esposa do doutor Libânio, como primeira presidente.

”A Rede foi fundada em 31 de maio de 1973, sendo a terceira ou a quarta mais antiga do Paraná, quando senhoras de Curitiba, da Rede Feminina de Combate ao Câncer, vieram a Castro, a exemplo de Anita Gaertner, esposa de Erasto Gaertner, que deu o nome ao hospital referência ao tratamento do Câncer; além de Edith Pizzatto, esposa de Sady Pizzatto, entre outras, para instalar a Rede Feminina na cidade”, pontua.

Ela já existia em outras cidades, a exemplo de Ponta Grossa, e a necessidade de ter uma sede em Castro se tornava importante porque, continua a presidente, ”facilitaria o encaminhamento dos doentes, já com diagnóstico, para o Hospital do Câncer em Curitiba, porque antigamente não existia muitos hospitais”.

Passados 50 anos, hoje a entidade assiste de 90 a 95 pacientes com câncer, mas os números são bem maiores. ”Os números são assustadores, população aumentou, não sei se é a alimentação”, acrescentou.

”A pessoa chega com o laudo médico, aí fazemos o cadastro e vemos o que ela precisa. O CRAS ajuda com cestas básicas, mas nem sempre dá para todos. Os que não recebem, nós damos as cestas, caixa de leite com 12, alimentação especial e principalmente os medicamentos, desde que venham com receitas. Os postinhos não tem as caixas desses remédios e 12 comprimidos, por exemplo, chegam a custar R$ 700, R$ 800 e até mais”, detalha a presidente.

Perguntada que tipos de pessoas as procuram, Rosina responde que ”são mais as necessitadas, mas atendemos qualquer pessoa, é só vir com os documentos, e quando o problema não for câncer, damos o encaminhamento”.

Na avaliação da presidente, a maneira de atenção hoje é bem diferente de 50 anos atrás. ”Há 50 anos escrevíamos em uma folha de papel, que estávamos encaminhando, não precisava de timbre, bastava uma assinatura, a pessoa chegava no Erasto Gaertner [hospital] e já era atendida. Hoje, os nossos assistidos aqui de Castro, a maioria são encaminhados para a Santa Casa, porque o oncologista já encaminha, dependendo de onde é o câncer. A prefeitura leva, naquela viagem terrível, que sai de madrugada e ainda precisa esperar para ser atendido”.

Rosina conta que existe história de finais felizes, de pessoas que se recuperaram, que vem na instituição, querem ajudar, mas a maioria que chega a doença já está em estado muito adiantado. ”Incidência de jovens com câncer de mama é grande. Os que chegam é mais no paliativo, mas a intenção nossa seria combater, tratar, mas a mentalidade no Brasil não está evoluída. O principal é prevenir e se tratado no início, ele tem cura. Câncer de mama, por exemplo, se tratado em tempo o sucesso de cura é de 95%. A gente enfatiza o autoexame, mas tem também os postos de saúde com enfermeiras capacitadas”.

Ações

Os recursos para manter as ações ”não vem de nenhuma verba oficial, nem municipal, nem estadual, e muito menos federal, por isso nos viramos nos 30, mas, graças a comunidade que acredita em nós, as pessoas que nos conhecem, nós conseguimos nos manter”, ressalta.

Uma das fontes de renda, além de doações espontâneas, vem do Bazar na Rede que acontece toda segunda, quarta e sexta-feira, durante o dia todo, e terças e quintas-feiras na parte da tarde, através das voluntárias. Tudo o que é recebido em doação é vendido, desde móveis, quadros, calçados e roupas, masculino e feminino, com valores que partem de R$ 1. “Tudo o que cai na rede é peixe”, brinca Rosina.

Festa para os assistidos

Para comemorar os 50 anos em Castro, a Rede fará uma festa para os assistidos, com bolo, salgado, refrigerante e até música ao vivo com violeiros, no salão da entidade. ”Estamos três anos sem fazer e depois do covid-19 as pessoas ficaram mais generosas, estamos ganhando de tudo”, agradece. A festa será na tarde de quarta-feira (31), já no sábado (3 de junho), acontece Missa de Ação de Graças, a partir das 19 horas, na Igreja Matriz Sant’ Ana, onde todos são convidados.

Diretoria

A diretoria da Rede é composta pela presidente e vice, tesoureira e vice-tesoureira, primeira e segunda-secretária, e três cargos de direção de palestras, social e eventos.

Fotos: Divulgação

Presidente da RFCC, Rosina Cardoso
Roupas masculinas também são encontradas
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