Da Assessoria
Ponta Grossa – Com a entrega da primeira Usina Termelétrica a Biogás Municipal do Brasil, Ponta Grossa passa a contar com uma estrutura inovadora para converter resíduo orgânico em energia elétrica. Esta é a primeira usina do país que fará o processo termelétrico como parte da gestão de resíduos pela administração municipal. A UTB já está operacional e em sua capacidade máxima poderá processar 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia, o que vai gerar energia suficiente para garantir o próprio funcionamento da usina, além de abastecer a UPA Sant’Ana, Hospital Municipal Amadeu Puppi, Hospital Universitário Materno Infantil e o prédio da Prefeitura Municipal. Dessa forma, a Prefeitura deve contabilizar uma economia de aproximadamente R$ 250 mil/mês.
“Hoje é um dia histórico, pois a Prefeitura de Ponta Grossa vem ao longo dos anos ampliando e aperfeiçoando sua gestão de resíduos. Há pouco tempo, com o ex-prefeito Marcelo Rangel, Ponta Grossa conseguiu fechar em definitivo o aterro Botuquara. Foi uma vitória impressionante, e temos muito orgulho de ter acompanhado esse avanço, no qual destacamos a atuação do então secretário Paulo Barros. Em um intervalo de poucas décadas, Ponta Grossa deixou de usar métodos primitivos de descarte de lixo para o que há de mais moderno, inteligente e sustentável. É imenso o orgulho que nós temos de ver inaugurada nesta data a primeira termelétrica pública de biogás”, destacou a prefeita Elizabeth Schmidt.
Dando cumprimento à Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a usina também vai colaborar para ampliação da vida útil do aterro, que deve deixar de receber 30 toneladas de resíduos mensalmente. “Agora podemos aperfeiçoar a gestão de resíduos em Ponta Grossa, tornando este processo cada vez mais sustentável. Vamos iniciar a operação da usina com a coleta de 75 grandes geradores de resíduos orgânicos e aos poucos queremos ampliar para a coleta também porta a porta. E essa coleta também será sustentável, com um caminhão elétrico, abastecido 100% com energia da própria usina”, explica o secretário de Meio Ambiente, Andre Pitela.
Além da parte ambiental, este processo de transformação dos resíduos orgânicos em energia elétrica terá ainda como resultante um fertilizante de alta qualidade. A Prefeitura de Ponta Grossa já estuda o uso desse produto nas ações de paisagismo em áreas públicas da cidade e também a elaboração de um projeto para destinação desse fertilizante para pequenos agricultores.
A Usina Termelétrica a Biogás Municipal passa a integrar o processo municipal de Gestão de Resíduos em Ponta Grossa, sendo gerida pela empresa concessionária do serviço na cidade, a Ponta Grossa Ambiental (PGA).
Inauguração
A UTB de Ponta Grossa foi inaugurada na manhã de hoje (30), contando com a presença da prefeita Elizabeth Schmidt; o vice prefeito, Capitão Saulo; o secretário municipal de Meio Ambiente, Andre Pitela; o deputado estadual líder do Governo na Alep, Hussein Bakri; o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; o secretário de Estado de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes; o presidente da Câmara de Vereadores, Daniel Milla; o ex-prefeito Marcelo Rangel; o ex-secretário de Meio Ambiente, Paulo Barros; o presidente da Ponta Grossa Ambiental, Marcus Vinícius Nadal Borsato; a equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; e demais autoridades.
Funcionamento da UTB
O caminhão elétrico fará a coleta diária dos resíduos orgânicos (resto de alimentos, hortifrútis, sementes, óleo de cozinha usado, etc.) e transportará até a UTB. Na Usina, o veículo poderá ser descarregado em dois pontos: moega de resíduo limpo (sem contaminantes), ou ser submetido a uma moderna e automatizada linha de segregação, com rasga sacos e peneira rotativa, visando retirar eventuais contaminantes (plástico, vidro e metais) misturados com os orgânicos.
O resíduo então é direcionado para um pré-tanque, onde é analisado e, estando em condições adequadas, é direcionado para os biodigestores. Na UTB foi implantando um dos mais modernos laboratórios de análise de biogás do país, destinado a realizar as análises dos resíduos, o monitoramento dos processos e pesquisas na área.
A UTB conta com 2 biodigestores, sendo que há espaço reservado para ampliação futura com outros 2 biodigestores, passando a capacidade total de recebimento de 30 t/dia para 60 t/dia, e dobrando a capacidade de produção de energia elétrica.
No interior dos biodigestores, bactérias realizam a digestão da matéria orgânica através de um processo anaeróbico (sem a presença de oxigênio), e nesse processo produzem o biogás – um gás composto por grande quantidade de metano, material altamente combustível.
O gás é então direcionado para os motogeradores, onde é queimado, e com isso, produz-se energia elétrica, a qual é transferida diretamente para a rede da Copel.