Senna – Mito do mundo da velocidade

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Renato de Oliveira

Mito (do grego mythós) é uma narrativa fantástica que possui o objetivo de explicar a origem de tudo aquilo que existe e é considerado importante para um determinado povo. Isto explica, em parte, a importância do piloto brasileiro, Ayrton Senna da Silva que mesmo depois de mais de duas décadas de sua morte, ainda causa emoção, perplexidade, respeito e saudade. Morto em um acidente em 1.994, Senna completa neste domingo, feriado de 1º de Maio, data que também celebra o Dia do Trabalhador, 27 anos de sua partida.

Nascido no dia 21 de março de 1960, Senna mostrou logo cedo que amava a velocidade. O ‘Beco’, apelido de infância, conquistou seu primeiro título já aos 13 anos, ao vencer o campeonato Sul-Americano, em 1977. Depois, seguiu-se um caminho de outras vitórias e conquistas. Mas foi nas ruas do principado de Mônaco, na Inglaterra que Senna surgiu para o mundo do automobilismo, como um piloto de talento. Mesmo debaixo de uma chuva torrencial, na sétima volta Senna estava na sexta posicão e, um a um foi vencendo seus adversários até chegar ao segundo lugar, já no encalce de Allan Prost que seguia a frente. Entretanto, os comissários de pista interromperam a corrida e Senna acabou a disputa em 2º lugar. Todo o esforço na corrida não foi em vão, porque lhe valeu o título de piloto revelação.

E foi assim, revelado agora para o grande circo da Fórmula 1, que o piloto brasileiro Ayrton Senna da Silva conquistou o mundo da velocidade. E isto acabou por lhe valer o título de Tri-Campeão Mundial, dessa categoria.
Ao longo de sua trajetória de piloto brilhante e vencedor, recordes foram sendo alcançados e ultrapassados. Até mesmo figuras lendárias do mundo da velocidade se renderam ao talento do piloto brasileiro que tanto orgulho trouxe ao país.

Orgulho Nacional

Em cada vitória, Senna fazia questão de empunhar a bandeira brasileira. Carismático, sempre esteve atento aos problemas sociais enfrentados pelo Brasil. Sensibilizado pela pobreza reinante no seu país, no auge de sua carreira começou a rascunhar um projeto transformado em Instituto Ayrton Senna .Entretanto, uma curva chamada Tamburello, no circuíto de Imola, na Itália, retardou seu sonho e acabou por lhe tirar a vida.

Na época, sua morte trágica- seu carro de Fórmula 1 foi de encontro a um muro de concreto, a quase 300 quilometros por hora, causou comoção nacional, enlutando o mundo esportivo mundial. “Senna bateu forte!”, exclamou o narrador da Rede Globo, Galvão Bueno. Os minutos que se seguiram, foram de um silêncio sepulcral cortado apenas pelo barulho do motor do helicóptero que transportou o corpo de Senna para o hospital de Maggiore, próximo a pista de Ímola. Ás 18h12 (hora de Bologna), foi anunciada a sua morte cerebral. Terminava ali, uma carreira brilhante de um piloto que desafiava, ao mesmo tempo em que amava a velocidade.

Em sua primeira entrevista, antes mesmo de entrar para a Fórmula 1, ainda assustado com o seu próprio sucesso repentino, disse ao repórter Lemyr Martins : “Puxa vida, acho que tenho que preparar para perder um dia”. Senna jamais esteve pronto para a derrota. Fora das pistas, foi um homem idealista e como piloto, um mito. E mitos são eternos.

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