Assistente social de 46 anos é indiciado em Ponta Grossa por incluir pessoas mortas em relatórios para obter benefícios
Da Redação*
Ponta Grossa – A Polícia Civil, por meio do 2º Distrito Policial de Ponta Grossa, concluiu as investigações que apuraram a existência de esquema fraudulento orquestrado por assistente social, de 46 anos, contra a Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG).
As investigações revelaram que o profissional, que atuava numa associação de amparo a idosos em Ponta Grossa, incluía sistematicamente nomes de pessoas já falecidas nos relatórios mensais de atendimento enviados à FASPG, fazendo parecer que essas pessoas continuavam sendo assistidas pelo serviço social. O caso veio à tona quando o suspeito solicitou uma cesta básica em nome de idosa que havia falecido cinco meses antes.
A partir dessa descoberta, uma investigação mais ampla revelou que a prática fraudulenta se estendeu por um período aproximado de 18 meses, entre 2020 e 2021.
O investigado utilizava dados de pessoas falecidas para simular o cumprimento de metas estabelecidas no convênio com o poder público; solicitar benefícios eventuais como cestas básicas; apresentar relatórios falsos de visitas domiciliares e para manter artificialmente o número de pessoas atendidas pela associação.
Uma verificação por amostragem realizada pela Fundação constatou que, de 20 supostos usuários contatados, apenas 2 confirmaram estar recebendo efetivamente os serviços da instituição. O assistente social foi indiciado pelo crime inserção de dados falsos em sistema de informações, previsto no artigo 313-A do Código Penal, cuja pena prevista é de dois a 12 anos de reclusão, mais multa. Além do dano ao erário público, as fraudes comprometeram a prestação de serviços essenciais à população idosa em situação de vulnerabilidade social, desviando recursos que deveriam beneficiar pessoas que realmente necessitavam de assistência.
A associação está ressarcindo aos cofres públicos, de forma parcelada, o prejuízo ocasionado, no valor aproximado de R$ 60 mil. O autor foi exonerado de suas funções, sendo o inquérito policial concluído e encaminhado ao Ministério Público, que analisará as provas coletadas e decidirá sobre o oferecimento de denúncia criminal contra o investigado.
*Com 13ª SDP