Da ALEP
O deputado estadual Soldado Fruet (PROS) chamou a atenção, na sessão plenária desta quarta-feira (10), para o impacto negativo que a venda de ações da Copel causará aos bolsos dos cidadãos paranaenses, a exemplo do que vem acontecendo com a Sanepar nos últimos anos, desde que a maioria das ações preferenciais foi entregue a investidores. Segundo o parlamentar, a tendência é de altos reajustes nas tarifas de energia elétrica, assim como já se verifica nas de água e esgoto, com objetivo de garantir lucros bilionários aos acionistas privados de ambas as empresas, em detrimento ao seu papel social.
Sanepar
Em relação às contas de água dos paranaenses, Soldado Fruet ressaltou que “ano após ano, os aumentos vêm e vêm numa proporção assustadora, pois em um ano sobre 8%, no outro 12% e agora mais quase 6%”. O deputado salientou que os reajustes são aplicados em um ano de crise nacional, onde o desemprego aumentou de forma gigantesca devido à pandemia. “Aos que conseguiram, felizmente, manter seus empregos, houve redução de salário e em nenhum caso, reajuste salarial”, observou.
“Por que a Sanepar faz isso se nasceu com o papel social de levar água e esgoto a preço justo aos paranaenses? Faz isso porque, no passado, foi entregue à iniciativa privada, não seu controle acionário, mas a maioria das ações preferenciais, aqueles que garantem altos rendimentos aos seus detentores”, questionou. Conforme o deputado, “para garantir rendimento aos donos dessas ações, que são de fato os controladores da Sanepar através do chamado mercado, impõe-se altos reajustes nas faturas todos os anos, distribuindo-se bilhões aos acionistas enquanto a empresa busca recursos junto a bancos e novos investidores para manter seus serviços”.
Copel
Em relação à Copel, o deputado Soldado Fruet observou que o Governo do Estado, com a intenção anunciada de vender 7% de suas ações, manterá o controle da empresa com o mínimo de 51% das ações ordinárias previsto na legislação estadual. “Hoje, o Estado do Paraná possui cerca de 58% das ações da Copel. Apenas esses 7% excedentes garantirão um extra no caixa do Estado de R$ 2 bilhões. Ora, se as finanças do Estado estão tão boas como se grita aos quatro ventos, por que esse reforço de caixa? Por que abrir mão desse poder na Copel?”, indagou.
A preocupação do deputado é que o BNDES, o segundo maior acionista da Copel, com 27% das ações, também irá se desfazer de sua participação na energética. “Ou seja, a venda casada de ações do BNDES e do Estado do Paraná representa um terço da empresa”, apontou. De acordo com ele, o Estado manterá o controle e perderá o poder na Copel. “Ano após ano, assim como na Sanepar, a Copel imporá altos reajustes nas suas faturas para garantir muitos bilhões aos seus acionistas”, alertou, complementando: “Quem paga a conta no final? O paranaense, assim como no pedágio, do mais pobre ao mais rico, do pequeno ao grande empresário, essa conta cairá como sempre no colo dos paranaenses”.