Carnaval

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Com a luz dos holofotes, voltada para a literatura da festa que se realiza antes da Quaresma até a quarta-feira de cinzas, uma perplexidade surgiu depois de ler o título de um artigo: “A multidão separa o ser humano.” Naquele momento, pensei no vasto grupo de brincalhões carnavalescos, que se agitam nas ruas das grandes cidades, tragadas pelas selvas de prédios e avenidas. Mas, a seguir veio a explicação desse paradoxo, que aflinge a humanidade moderna. O isolamento de que o ser humano ressente, não é físico, pois, diariamente esbarra em muitas pessoas pelas ruas, nos ônibus, no trabalho e outros locais. A diferença, é que as relações físicas são impessoais, e não há um relacionamento social. Com essa ausência, o grupo será apenas um aglomerado de indivíduos. As concentrações de multidões em espaço restrito empobrecem as relações sociais e afinidade emocional. Habitar uma pequena cidade ou viver numa vila e passar o carnaval em família, é fugir da solidão emocional, e ser reconhecido como ser humano e não em função do trabalho que desempenha. A família grupo por excelência oferece mais condições para convivência social. A multidão separa os homens, a família une corações.

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