A crise ambiental que assola o Parque Municipal Prefeito Dr. Ronie Cardoso, conhecido como Parque Lacustre, expõe uma realidade que vai muito além dos efeitos da estiagem prolongada. Por trás da crescente restrição do lago, do assoreamento agravado e da triste visão de peixes mortos, está a falta de ação efetiva e de responsabilidade compartilhada entre o poder público e a população.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente foi clara ao afirmar que o município não tem recursos suficientes para resolver o problema, estimado em cerca de R$ 50 milhões para o desassoreamento completo do lago. Esse montante, sem dúvida elevado, não pode, no entanto, ser usado como desculpa para justificar anos de inércia. O abandono deste que é um dos principais cartões-postais da cidade reflete uma gestão que não planejou, nem atuosamente preventivamente para evitar a manipulação.
A situação se agrava ainda mais quando a própria Prefeitura reconhece que há residências que despejam esgoto diretamente no lago. Em vez de ações concretas, o que se vê são desculpas: a culpa é das condições climáticas, a culpa é da população que não se conscientiza. Sem dúvida, o esgoto irregular e o desrespeito às nascentes apontados para o problema é uma realidade, mas é necessário mudar essa realidade. E precisa começar já!
