Vítimas feridas por disparos de balas de borracha provenientes de guardas municipais em Castro denunciam na polícia

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*GCM explica a ação que ensejou os tiros de borracha

Da Redação

Se passaram alguns dias desde que uma confusão generalizada marcou a festa do Dia dos Pais na comunidade São Luiz dos Machado, no interior de Castro.

O evento ocorreu na tarde de domingo (11), e resultou em três pessoas feridas por guardas municipais do município.
As vítimas, dois homens entre 18 e 30 anos, e uma mulher, 39, estavam na via pública quando foram atingidas por tiros.
Conforme Sueli Castanho, uma das vítimas dos tiros, eles estavam no lugar errado e na hora errada, mas nada justifica o ocorrido.

De acordo com relatos à reportagem da Página Um News, uma das vítimas, Sueli, explicou que o caso foi resultado de uma abordagem truculenta. A mulher ainda relatou que seu filho foi agredido com um cacetete durante a confusão.

O advogado Jhoni Emanuel Scheunemann, que representa Sueli, confirmou que um requerimento para abertura de inquérito policial já foi feito para investigar o caso. Além disso, ele afirmou que ação judicial será movida contra o município de Castro, responsável pela corporação da Guarda Municipal, que por sua vez, integra a Secretaria Municipal de Segurança Pública.

Em conversa ao P1 News, Sueli contou que “não são todos os funcionários que agem dessa forma, em nossa cidade tem vários profissionais qualificados, com muita competência, e lutam para nossa segurança, mas, infelizmente esse ocorrido é por falta de mais noção da parte deles”, explica.

As balas que atingiram Sueli Castanho resultaram em lesões em suas pernas. Ao total, foram quatro marcas de tiros no corpo, três na perna esquerda e uma da direita, confirmadas em fotos e laudo médico pericial. Aí da nessa ocorrência, o sobrinho de Sueli levou dois que atingiram a nádega, inclusive necessitando de maiores cuidados.

Ambos foram socorridos, sendo que Sueli se dirigiu ao posto de saúde local e recebeu medicamentos, enquanto o rapaz foi para o Unidade de Pronto Atendimento, UPA de Castro, mas já encontra-se em casa.

Sueli ainda descreve que “tinha muitas pessoas envolvidas, crianças, idosos, várias pessoas indefesas, não deveriam sair atirando de qualquer jeito”, relata. Sueli também reforça que “não está para criticar, culpar ou julgar ninguém, isso é uma reclamação, do modo como alguns funcionários da guarda municipal agiram na festa do São Luís dos Machado, era pra ser apenas um almoço em família pra comemorar o dia dos pais e festejar com minha família, mas infelizmente aconteceu algumas brigas na festa onde os funcionários da guarda municipal se envolveram usando indevidamente armas”, lembra.

A moradora finalizou dizendo que “ninguém de nós estava armado e nem agimos contra eles”, complementa.

O que diz a GCM?

O comandante da Guarda Civil Municipal (GCM) de Castro, Fábio Zahdi, esclareceu os acontecimentos na ocasião. A equipe de segurança privada solicitou o apoio da GCM para retirar uma pessoa embriagada que estava causando transtornos, pois não conseguiram lidar com a situação sozinhos.

A GCM interveio quando a situação começou a se agravar, com várias pessoas incitando uma briga. Para proteger a integridade dos agentes e dispersar a multidão, foi necessário o uso de munições não letais. No momento dos disparos, a confusão estava generalizada e a medida foi tomada conforme os protocolos, com tiros de média distância direcionados da cintura para baixo. No momento não foi possível verificar quem estava envolvido ou não, como Sueli e familiares.
Após os disparos, a equipe da GCM verificou a presença de vítimas, mas ninguém se apresentou, tornando impossível a identificação dos envolvidos. A equipe permaneceu no local por mais 40 minutos após o término do tumulto, sem que vítimas ou agressores se manifestassem.

A GCM também observou que alguns dos envolvidos no incidente tinham histórico de confusões em outras festas, porém não eram residentes da região de São Luiz dos Machado.

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