VÍDEO – Suspeito de chefiar organização criminosa é preso pela Polícia Civil em operação na PR-239
Líder da quadrilha é investigado por tráfico, homicídios e execuções sumárias em “tribunal do crime”; organização controlava o tráfico em Sengés e impunha o terror com mortes brutais
Da Redação
Sengés – A Polícia Civil prendeu, na tarde da última sexta-feira (11), um homem de 25 anos apontado como líder de uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas, homicídios e execuções violentas no município. O suspeito foi capturado durante uma operação, em parceria com a Polícia Militar, que monitorava seus deslocamentos e foi localizado como passageiro em um veículo que trafegava pela PR-239. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça. Ele foi preso sem oferecer resistência.
Embora atualmente residisse em Itararé (SP), o investigado era considerado o principal articulador de uma quadrilha que comandava o tráfico de drogas em Sengés. Segundo as investigações, a organização determinava quem podia vender drogas na cidade, onde e que tipo de entorpecente seria distribuído. Quem desobedecia ou acumulava dívidas com a quadrilha era punido com violência — inclusive com a morte.
Desde o início das apurações, em novembro de 2024, a Polícia Civil já investiga pelo menos cinco atentados e execuções atribuídos à organização, sendo o mais recente ocorrido no final de 2024. Na ocasião, uma vítima foi emboscada e atingida por 29 disparos de submetralhadora, dos quais ao menos 20 perfuraram o corpo, provocando a morte instantânea. Um vídeo da ação circulou em redes internas do grupo criminoso e foi utilizado como prova nas investigações.

A operação que levou à prisão do líder marca uma virada no combate ao crime organizado na cidade. Segundo a Polícia Civil, a apuração inicial deu origem a diversas outras investigações que resultaram na desarticulação de quadrilhas associadas, prisões de traficantes e apreensões de drogas. Até o momento, onze adultos foram presos e dois adolescentes apreendidos. A prisão de sexta-feira foi a 45ª realizada neste ano no município.
Um dos crimes que mais chocou os investigadores e a população foi a execução de uma mulher de 33 anos, ocorrida no início de 2025. A vítima teria sido julgada pelo chamado “Tribunal do Crime” da organização, acusada de furtar drogas. Ela foi torturada, morta e enterrada em uma cova rasa. O assassinato foi transmitido ao vivo entre membros da facção. Os envolvidos já estão presos.
A Polícia Civil de Sengés utilizou recursos tecnológicos avançados ao longo da investigação, como a quebra de sigilo telemático e monitoramentos autorizados pela Justiça. O trabalho de inteligência permitiu rastrear comandos, identificar a hierarquia dos grupos e dar início à desarticulação da estrutura criminosa.
A corporação reforça que o trabalho segue em andamento e que denúncias anônimas podem ser feitas pelos telefones 181 ou 197.