VÍDEO – PCPR deflagra operação “Coordenada Falsa” e cumpre 13 mandados contra grupo investigado por homicídio de inocente em Ponta Grossa

Investigações apontam que advogado teria repassado endereço errado ao grupo criminoso, resultando na morte de um trabalhador em setembro de 2024

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Da Redação

Ponta Grossa – A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou, na manhã desta terça-feira (2), a operação “Coordenada Falsa”, destinada a desarticular uma associação criminosa responsável pela morte de um homem inocente, assassinato ocorrido por engano em setembro de 2024, em Ponta Grossa. A ação é conduzida pelo Setor Operacional da 13ª Subdivisão Policial (13ª SDP).

Ao todo, estão sendo cumpridos 13 mandados judiciais, sendo sete de prisão preventiva e seis de busca e apreensão. As diligências ocorrem simultaneamente em Ponta Grossa e em duas cidades de Santa Catarina, com apoio das delegacias locais para a captura de foragidos naquele Estado.

Segundo a Polícia Civil, o objetivo é desmantelar toda a cadeia criminosa envolvida no homicídio — dos executores diretos e articuladores do plano aos investigados responsáveis por fornecer as armas utilizadas no crime. As apurações também constataram que dois suspeitos já morreram ao longo da investigação.

Advogado é apontado como articulador do erro fatal

As investigações revelaram que o crime teve como base informações privilegiadas obtidas de forma indevida. Um advogado, considerado um dos principais investigados, teria usado suas prerrogativas profissionais para acessar sistemas judiciais restritos e levantar dados sobre um desafeto de seus clientes — o verdadeiro alvo dos assassinos.

De acordo com o apurado, o advogado consultou processos de execução penal e informações de monitoramento eletrônico para localizar a residência do alvo. No entanto, ao repassar o endereço aos executores, teria indicado o número errado, levando o grupo a invadir a casa de um morador que não tinha relação alguma com o submundo do crime.

Relembre o caso

O homicídio ocorreu na madrugada de 1º de setembro de 2024. A vítima, Everton Henrique dos Santos, estava em casa com a esposa e o filho quando criminosos armados invadiram o imóvel. Ele foi alvejado diversas vezes, sem chance de defesa. A brutalidade do ataque causou forte comoção na comunidade, sobretudo após a confirmação de que Everton era trabalhador, sem passagem pela polícia e completamente desvinculado do rival procurado pelo grupo.

Desde o início, a 13ª SDP considerou a possibilidade de erro na execução do plano criminoso, hipótese que foi confirmada ao longo do inquérito. Os atiradores buscavam um homem que morava nas proximidades, mas acabaram matando Everton de forma “covarde e enganosa”, como definiu a investigação.

Próximos passos

Os investigados alvos da operação serão interrogados nos próximos dias. A Polícia Civil informa que o Inquérito Policial será concluído conforme os prazos do Código de Processo Penal, reunindo elementos que responsabilizem todos os envolvidos ainda vivos — desde os mandantes até os executores.

A operação, segundo a PCPR, reforça o compromisso da instituição em esclarecer crimes complexos e assegurar que ações criminosas motivadas por vingança, desinformação ou abuso de prerrogativas legais não fiquem impunes.

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