Professor é afastado após exibir arma de fogo em sala de aula
Imagens de câmeras de segurança confirmaram o episódio; docente alegou tratar-se de uma “brincadeira” com simulacro
Da Redação*
Curitba – A pedido do Ministério Público do Paraná (MPPR), o Juiz de Garantias da Vara Criminal de Iporã determinou o afastamento de um professor de 61 anos, da rede pública estadual, investigado por ter exibido uma arma de fogo a alunos durante uma aula. O caso ocorreu em agosto, no Colégio Estadual de Iporã, onde o docente leciona a disciplina de Artes para turmas do sétimo ano do ensino fundamental.
As investigações começaram após a direção da escola acionar a polícia, com base em relatos de pais e estudantes. Segundo depoimentos, o professor teria se irritado ao ser atingido por uma bolinha de papel e, em seguida, retirado de sua mochila uma arma, dizendo frases como “vocês não sabem com quem estão mexendo”.
Imagens das câmeras de monitoramento da sala confirmaram o comportamento do professor. Questionado pela direção e pela polícia, ele afirmou que a arma seria um simulacro usado em aulas de teatro e que tudo não passara de uma “brincadeira”.
O MPPR investiga o docente por ameaça (artigo 147 do Código Penal), porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (artigo 14 da Lei nº 10.826/2003) e por submeter adolescentes a vexame ou constrangimento (artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente).
Ao solicitar o afastamento, a Promotoria de Justiça destacou que “não se trata de conduta adequada de um professor de adolescentes, expondo-os à relativização de violências e incentivando ao uso de armamento, independente de qual seja o contexto ou suposta brincadeira por ele realizada”.
A medida cautelar de suspensão do exercício da função valerá por 90 dias e visa preservar o andamento das investigações. O descumprimento pode levar à decretação da prisão preventiva do investigado.
O Núcleo Regional de Educação de Umuarama foi notificado sobre a decisão judicial e deverá adotar providências, entre elas a substituição do docente nas turmas afetadas, para garantir a continuidade das aulas e o direito à educação dos alunos.
*Com Assessoria
