Polícia Civil em Sengés prende quadrilha suspeita de comandar tráfico e assassinar usuários no que chamou de ‘Tribunais do Crime’

*Corpo de uma das vítimas foi encontrado queimado e enterrado, com sinais de tortura e sem as mãos

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Da Redação*

Sengés – Operação ‘Terminus Est’ da Polícia Civil de Sengés (PR), deflagrada após atuação investigativa que elucidou a morte de Eunice Fernandes de Oliveira, de 33 anos, cujo corpo foi encontrado em uma cova rasa nas proximidades da zona urbana de Sengés, prendeu três homens e um adolescente.

Os restos mortais de Eunice foram achados, queimados, juntos a algumas vestes, reconhecidas pela genitora da vítima. Ela estava desaparecida desde 07 de Janeiro de 2025. O corpo apresentava sinais de tortura e agressão, e tinha as mãos arrancadas. Foi necessário fazer o reconhecimento por meio de confronto genético.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Isaías Machado, as
investigações apontaram que, por volta das 23 horas do dia 06 de Janeiro de 2025, Eunice foi levada para ser “julgada” por suspeitos traficantes, em represália a suposto furto que teria praticado, o que não foi comprovado pelas autoridades policiais. Em um local ermo, próximo à zona urbana de Sengés, quatro homens, sendo um adolescente, agrediram Eunice com um “caibro” até a sua morte. Também teriam transmitido a sessão de tortura seguida de homicídio por meio de live compartilhada com traficantes da região, segundo o que foi apurado. Uma mulher também teria assistido ao crime.

Após a tortura, homicídio e ocultação de cadáver, foi apurado que o corpo da vítima havia sido queimado e enterrado nas proximidades. Com o transcorrer de uma temporada de chuvas, partes do cadáver ficaram à mostra e foi avistado por um morador da região, no dia 6 de Fevereiro, que acionou a polícia. Os peritos do Instituto Medico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística estiveram no local na data do achado.

Investigações da Polícia Civil de Sengés conseguiram reunir provas de que os mesmos suspeitos teriam submetido, cerca de dez dias antes ao dia do assassinato de Eunice, uma outra vítima ao ‘Tribunal do Crime’ – vem chamando o caso pela polícia – em 30 de dezembro de 2024, nas
proximidades do local onde Eunice foi morta.

Essa outra vítima, acusada de traiçao pelos suspeitos traficantes, foi atraída para ser “julgada”, e também foi torturada e brutalmente agredida com um caibro, tendo a ação também filmada em uma “live” compartilhada com traficantes da região.

Nesse caso, no entanto, os algozes acharam que a vítima já estava morta e a enterrariam num momento posterior,
mas a mulher arrastou-se por muitos metros até conseguir ser socorrida. Ela deu entrada em estado gravíssimo no Hospital de Sengés e foi encaminhada para hospital de Ponta Grossa, onde ficou internada na UTI por quinze dias. Essa vítima, de 38 anos, conseguiu sobreviver, embora tenha tido múltiplas fraturas no corpo e outras complicações de saúde. Atualmente,
possui limitações para se locomover.

A Polícia Civil investiga o paradeiro de uma suposta terceira vítima, que encontra-se
desaparecida, e que pode ter sido morta pelo mesmo bando.

Os três suspeitos, maiores de idade, tiveram a prisão preventiva decretada, tendo sido presos com apoio da Polícia Militar e Guarda Civil da cidade de
Sengés e Itarare (SP). Os presos já possuem passagens e cumpriram pena por vários anos em decorrência de condenação por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Quanto ao adolescente infrator, esse encontra-se
apreendido no Cense.

Irão responder por organização criminosa, para prática de tráfico de drogas e homicídio, tentativa de homicídio qualificado, tortura, homicídio qualificado consumado e ocultação de cadáver, estando sujeito a pena máxima que pode ultrapassar 60 anos, os autores maiores.

O delegado de polícia de Sengés ressaltou o brilhante trabalho da equipe da Delegacia de
Polícia Civil de Sengés, que conta com um investigador e uma escrivã de polícia, e que tem realizado investigações importantes para elucidação de complexos delitos.

O trabalho da equipe foi responsável por 64 prisões no ano de 2024, e já atingiu número de 14 prisões derivadas de investigação prévia no ano de 2025. Foram solucionados delitos graves, como extorsão mediante sequestro, estupro de vulnerável, formação de quadrilha para prática de estelionatos, sequestro seguido de morte, homicídio qualificado, tráfico, roubo e furtos qualificados.

O delegado também ressaltou como importantíssima e essencial para o município a integração positiva da Policia Civil com a Policia Militar e a Guarda Civil sengeana. Grande parte das prisões
tiveram participação de ambas corporações.

*Com 13ª SDP

 

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