Polícia Civil conclui inquérito que apura desvio de R$ 16 mil em associação filantrópica de Ponta Grossa
Ex-presidente é indiciada por apropriação indébita majorada após movimentações financeiras não justificadas entre fevereiro e junho de 2025
Da Redação
Ponta Grossa – A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito que investigava suposta apropriação indébita de recursos em uma associação filantrópica de Ponta Grossa, responsável por atender cerca de 200 pessoas em situação de vulnerabilidade social e com deficiência. A investigação foi conduzida pelo 2º Distrito Policial e teve início após denúncia anônima registrada em setembro de 2025.
De acordo com o relatório final, a então presidente da entidade teria administrado de forma irregular as finanças da associação, realizando saques em espécie sob justificativa de “problemas bancários” que impediriam transferências e pagamentos eletrônicos. A situação gerou estranhamento entre os demais membros da diretoria, especialmente após a investigada informar ter perdido toda a documentação referente ao período de sua gestão.
A análise das contas da instituição revelou movimentações não justificadas entre fevereiro e junho de 2025, totalizando aproximadamente R$ 16 mil desviados. Membros da diretoria confirmaram, em depoimento, a ausência de prestação de contas e a centralização completa das operações financeiras nas mãos da então presidente.
Segundo relatos colhidos pela Polícia Civil, a investigada teria confessado informalmente ter se apropriado dos valores após ser questionada internamente. Em seguida, renunciou ao cargo e se afastou da entidade. No interrogatório formal realizado em novembro, acompanhada de advogada, ela exerceu o direito constitucional ao silêncio.
Com base nas provas reunidas — incluindo análise bancária, depoimentos e registros internos — a autoridade policial indiciou a ex-presidente pelo crime de apropriação indébita majorada, previsto no artigo 168, §1º, inciso III, do Código Penal, que trata de desvios cometidos em prejuízo de entidades beneficentes.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que agora decidirá sobre eventual oferecimento de denúncia criminal.