Justiça decreta prisão preventiva de trio suspeito de planejar e executar assassinato de empresário em Ponta Grossa

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Da Redação*

Ponta Grossa – A Justiça converteu em prisão preventiva, na tarde desta quarta-feira (28), as detenções do casal proprietário de uma clínica terapêutica de Ponta Grossa e de um interno da instituição, suspeitos de envolvimento no assassinato do empresário Ricardo de Oliveira Osinski, de 54 anos. O crime, segundo a Polícia Civil, foi premeditado e teve como principal motivação o desvio de mais de R$ 143 mil da conta bancária da vítima.

Os três já estavam presos temporariamente desde a deflagração da primeira fase da investigação, coordenada pelo delegado Luis Gustavo Timossi, da 13ª Subdivisão Policial. O corpo de Ricardo foi encontrado no dia 26 de março deste ano, com marcas de golpes de arma branca, em uma área rural conhecida como Estrada do Alagados. O interno da clínica, de 25 anos, confessou ser o executor do crime.

Segundo as investigações, Ricardo foi mantido em cárcere privado na casa do casal por cerca de duas semanas. Durante o período, foi dopado com medicamentos para impedir que percebesse os saques e transferências feitas de sua conta. Mensagens e áudios interceptados pela polícia indicam que a própria dona da clínica orientava o interno sobre como manter a vítima sedada, especialmente em ocasiões em que familiares poderiam aparecer.

Em uma das gravações, a investigada ordena: “Dê um remédio pra ele empacotar. Qualquer coisa, menos ele aparecer lá na casa”.

As apurações indicam que Ricardo chegou a ser agredido com arma de choque dias antes de sua morte. O assassinato, de acordo com a Polícia Civil, foi encomendado após a vítima manifestar desconfiança e procurar auxílio jurídico, acompanhado do próprio executor. O conteúdo dessa conversa foi gravado pelo suspeito, o que levantou o alerta entre os demais envolvidos, levando à decisão de silenciar a vítima.
Após o homicídio, o grupo teria tentado apagar vestígios do crime. Conversas recuperadas mostram os suspeitos discutindo estratégias para limpar o veículo da vítima e até cogitando plantar provas falsas. “Vc limpou o carro??”, pergunta um dos envolvidos. “Vão fazer perícia”, alerta outro. “Traga a chave aqui”, conclui a troca de mensagens.

A vítima era ex-paciente da clínica e estava hospitalizada na UPA de Ponta Grossa no dia 11 de março, após um acidente. Na ocasião, o proprietário da clínica foi acionado como contato de emergência. Segundo a polícia, foi a partir desse episódio que os desvios começaram. Apenas durante a internação, R$ 86,5 mil foram retirados da conta do empresário. Os saques continuaram mesmo após a morte de Ricardo, segundo o delegado.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis ligados ao casal. No local, foram encontradas bicicletas adquiridas com dinheiro proveniente das transações bancárias. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores dos investigados até o montante equivalente ao prejuízo financeiro causado à vítima.

“As evidências apontam para um crime premeditado, com motivação financeira clara. Há fortes indícios de que os investigados se aproveitaram da vulnerabilidade de uma pessoa em recuperação de dependência química para obter vantagem indevida”, afirmou o delegado Timossi.

Premeditado

O casal é suspeito de envolvimento no assassinato de Ricardo de Oliveira Osinski e também do desvio de mais de R$ 143 mil de sua conta bancária. No curso das investigações, descobriu-se que no dia 11 de março a vítima foi hospitalizada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após um acidente ocorrido em uma pousada. O proprietário da clínica, identificado como contato de emergência de Ricardo, foi chamado ao local. Após ter acesso aos pertences de Ricardo e ao seu aparelho celular, iniciaram-se diversas transações bancárias em favor da clínica terapêutica e de seu proprietário.

De acordo com Timossi, enquanto a vítima ainda estava hospitalizada na UPA, foram desviados R$ 86.500 de sua conta bancária. Após a alta médica, Ricardo não teria mais sido visto, período em que os desvios de sua conta bancária se intensificaram, não cessando nem mesmo após sua morte.

Na primeira fase da investigação, além das prisões temporárias, a Justiça determinou a expedição de mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados ao casal, onde foram encontradas bicicletas adquiridas com o dinheiro da vítima. Também foi determinado o bloqueio de bens e valores do casal e da clínica até o montante desviado.

“As evidências apontam para um crime premeditado com motivação financeira. Há fundada suspeita de que os suspeitos teriam se aproveitado da vulnerabilidade da vítima, que era dependente química, para obter acesso às suas contas bancárias”, explicou o delegado responsável pela investigação.

O corpo de Ricardo Osinski foi sepultado no dia 28 de março no Cemitério Municipal de Irati, onde ele residia.

Com informações da 13ª SDP.

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