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O ano de 2025 foi o que teve o 1.º trimestre com menor registro de homicídios no Paraná desde que estes dados passaram a ser computados de forma sistematizada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), em 2007. Entre janeiro e março deste ano, 353 paranaenses foram vítimas deste tipo de crime no Estado, 126 a menos do que o mesmo período de 2024, o que representa uma queda de 26,3% entre os dois anos mais recentes.
Além da marca inédita no início deste ano, 2025 também marca o quarto ano seguido de queda nos indicadores de homicídios para o 1º trimestre no Paraná. Em 2022, ocorreram 563 mortes nestes meses, passando para 505 em 2023 e 479 em 2024. O pico deste tipo de crime foi registrado em 2010, quando 999 pessoas foram assassinadas no Estado, quase o triplo do patamar atual.
Dos 399 municípios paranaenses, 270 não registraram nenhum caso de homicídio no 1.º trimestre de 2025, o equivalente a cerca de 68% das localidades do Estado. Neste grupo, estão incluídas 75 cidades onde ocorreram crimes deste tipo em 2024 e que zeraram a estatística, além de outras 38 com menos homicídios do que no 1.º trimestre do ano passado, totalizando redução em 113 municípios (28,3%). Em outras 23 localidades (5,7%), o índice permaneceu estável.
Cascavel, na região Oeste do Paraná, registrou a maior queda absoluta nas vítimas de homicídios – foram 32 entre janeiro e março de 2024, contra 15 nos mesmos meses deste ano, uma redução de 53%. Outras quedas relevantes ocorreram em Ponta Grossa (-14), Foz do Iguaçu (-9), Paranaguá (-9), Maringá (-8), Sarandi (-7) e Guarapuava (-7).
Pinhais, que havia registrado 5 assassinatos no 1.º trimestre do ano passado, assim como Antonina e Marechal Cândido Rondon, com 4 homicídios cada, conseguiram zerar as ocorrências nos três primeiros meses de 2025.
Para o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira, que apresentou os dados mais recentes sobre a criminalidade quinta-feira (24), os números reforçam o acerto na estratégia adotada pelo Governo do Estado. Uma das principais táticas adotadas pela Sesp é a realização de reuniões periódicas com a participação de lideranças da Polícia Militar, Polícia Civil e o envolvimento dos municípios para identificação das principais causas de violência.
“Em alguns municípios, os homicídios decorrem mais de causas ligadas à violência doméstica, em outros ao tráfico de drogas ou ainda pela ingestão de bebida alcoólica, então trabalhamos em cada região de forma diferente, e graças a essa metodologia temos tido esses resultados”, comentou Teixeira.
Apesar de comemorar o desempenho mais recente, o secretário garante que o objetivo é melhorar ainda mais os índices de segurança. “Já havíamos obtido um resultado expressivo em 2024 e, até o final de 2025, estamos empenhados em alcançar metas ainda mais ousadas na redução dos homicídios, mas também de furtos e roubos”, afirmou o secretário.
Em 2024, o Paraná alcançou a menor taxa de homicídios proporcional da história, com 14,06 mortes para cada 100 mil habitantes — abaixo da média nacional, de 16,51. Enquanto a meta estipulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública é reduzir esse índice a, no máximo, 16 até 2030, o Governo do Estado trabalha para chegar a uma taxa de 12,5, com redução também no número de feminicídios.
Inteligência policial
Um dos símbolos do esforço do Paraná no combate aos crimes violentos é Operação Cidade Segura, que alia ações preventivas, repressivas e o uso de inteligência policial para redução dos indicadores criminais. A iniciativa abrange atualmente 87 cidades, que juntas correspondem por cerca de 80% dos homicídios ocorridos no Estado.
“A partir de uma análise minuciosa sobre os dados da criminalidade no Estado, podemos empregar as forças de segurança onde elas efetivamente são mais necessárias”, esclareceu o secretário da Segurança Pública.
Dentro do mesmo escopo, o programa Mulher Segura teve como foco atuações de combate ao feminicídio e a violência doméstica em 20 cidades paranaenses. Nelas, houve uma redução de 18% nos casos de feminicídios, que caíram de 45 em 2023 para 37 em 2024. Em março deste ano, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou um decreto que ampliou o programa para todos os municípios do Paraná.
Em todo o Estado, as ações de prevenção e repressão feitas principalmente pela Polícia Militar, com o apoio de outras forças, mas também são acompanhadas de um intenso trabalho investigativo coordenado pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). Um exemplo deste trabalho aconteceu em Curitiba, onde a PCPR conseguiu solucionar dos 76% homicídios cometidos em 2024.
Um reflexo disso é que o Paraná é, por três anos seguidos, o segundo estado que mais cumpre mandados de prisão no Brasil. Com 42.845 prisões efetivadas em 2024, o Estado respondeu por 15,4% de todos dos mandados cumpridos no ano passado, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).