Da Redação*
Carambeí – A esperança da família de encontrar com vida a jovem Ana Luiza da Silva Lopes, de 18 anos, acabou na tarde desta sexta-feira (19), quando a Polícia Civil de Carambeí encontrou o cadáver de uma mulher, em região de mata, atrás do Colégio Cívico Militar Eurico Batista Rosas, Bairro Boqueirão, em Carambeí.
Em entrevista com o delegado de polícia de Piraí do Sul, Jairo Luiz Duarte de Camargo, ele afirmou que o reconhecimento do cadáver foi feito pela própria família de Ana Luiza, devido a algumas tatuagens existentes e pelo relógio da vítima.
Perguntado se haviam sinais de violência, ele respondeu que “o corpo estava sem roupa e havia perfuração na região do tórax, mas não se pode dizer se é proveniente de arma branca ou revólver, pois o corpo já estava em estado de putrefação”.
Indagado quem teria visto o corpo pela primeira vez e informado as autoridades, Jairo disse que a Polícia Civil de Carambeí, sabendo que a vítima esteve pela última vez naquela região, iniciou buscas e encontrou o cadáver.
Quanto a presença de um delegado de polícia civil de Piraí do Sul em Carambeí foi justificada porque o suspeito de estar com Ana Luiza, antes de seu desaparecimento, é conhecido das autoridades policiais daquela cidade, inclusive por ser uma pessoa violenta, com extensa ficha criminal.
Entenda o caso
Ana Luiza saiu de casa na sexta-feira (12) à noite e desde então era tida como desaparecida.
A mãe de Ana Luiza, Roseli de Fátima da Silva, registrou boletim de ocorrência de desaparecimento da filha. Em conversa com a reportagem ela relatou que a jovem chegou do trabalho no fim da tarde, tomou banho e saiu por volta das 17h30, dizendo que iria comprar algo para comer e retornava para casa.
Segundo o que uma amiga da jovem desparecida contou para a mãe, elas se encontraram nesse tempo e foram para um bar onde ficaram até por volta das 20 horas. Nesse momento Ana Luiza, acompanhada de um amigo, conhecido pela alcunha de Batoré, foram levar a amiga até em casa e retornaram para o mesmo bar, e por ali ficaram até as 23 horas.
O dono do bar relatou para a mãe que a jovem permaneceu até o fechamento do estabelecimento e após saiu do local acompanhada de Batoré e uma mulher, a qual não souberam identificar. “Ouvi uma conversa que teve uma briga, mas não sei se a Ana, se eles estavam envolvidos”, conta a mãe.
Roseli disse, na ocasião, que procurou a família do rapaz que mora com a mãe e a irmã, mas não encontrou ninguém na casa. Na terça-feira (16), por mensagem de áudio pelo WhatsApp, a irmã do Batoré disse a mãe de Ana que a última vez que teve contato com o irmão foi na quinta-feira (11).
“Por mais que ela estivesse num lugar errado, que eu não gostava que frequentasse, ela sempre emprestava um celular e avisava, enviava fotos para confirmar o local que estava. O estranho é que ela não fez contato dessa vez, sempre que ela saia, podia ficar a noite fora, mas no dia seguinte já estava em casa, sempre mantinha contato, tenho receio, tanta coisa já aconteceu”, desabafa angustiada a mãe.
A mãe acessou o Facebook da filha, entrou em contato com amigos e não conseguiu nenhuma informação que possa levar ao paradeiro da Ana Luiza. “Ela não acessou mais as redes sociais, e isso é uma coisa que ela gosta de fazer, postar fotos”, disse. Ela também não apareceu nesta segunda-feira (15) no local que trabalha.
*Com Emerson Teixeira
Imagens: Ademir Cordeiro