Matheus de Lara
Na terça-feira (13), o Tribunal do Júri em Ponta Grossa condenou Marcelo Ávila pela morte da ex-mulher e professora Luciane Ávila a 18 anos e oito meses de prisão em regime fechado. O feminicídio aconteceu no dia 4 de dezembro de 2019, em frente a escola onde Luciane trabalhava, e do filho do casal de oito anos que estava junto com Luciane.
O júri contou com embates entre Ministério Público, Defesa e Acusação e terminou pouco antes das 16 horas. Logo depois o juiz Luiz Carlos Fortes Bittencourt deu a sentença de Marcelo e o condenou culpado dos crimes de homicídio triplamente qualificado, sendo por meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Por causa da pandemia, Marcelo foi ouvido por vídeoconferência. Questionado sobre o dia do crime, disse que não lembra o que aconteceu e que está arrependido. Ele permanecerá preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
A pena seria de 28 anos, mas a defesa conseguiu provar que Marcelo é incapaz, por ser portador de doença mental, e a detenção foi reduzida. Além disso, o homem vai responder pelo crime de lesão corporal, por dois meses e 22 dias, ao ferir homem com faca que tentava ajudar a vítima, e também pena de quatro meses pela submissão de criança a constrangimento, ambos em regime semiaberto.
O advogado de Marcelo, Gustavo Madureira, vai recorrer da decisão. Já o advogado da família de Luciane, Angelo Pilatti Junior, disse que o laudo que apontou Marcelo como semi-imputável foi satisfatório.
O crime
Luciane foi surpreendida por Marcelo que a esfaqueou várias vezes, no tórax e nas pernas. Socorrida, não resistiu aos graves ferimentos e meia hora depois veio a falecer. Um pedestre que passava na hora do crime tentou impedir o crime, mas também acabou sendo ferido no braço. O homicídio aconteceu na Avenida Anita Garibaldi, São José, em Ponta Grossa.
Após o crime o homem fugiu em uma motocicleta e jogou a faca utilizada, no terreno de uma casa. Marcelo foi encontrado horas depois em Carambeí, andando às margens da rodovia PR-151. A Polícia Militar disse na época, que a vítima havia pedido medida protetiva contra Marcelo.
No dia seguinte, Marcelo foi interrogado. Ele entrou na audiência de custódia por volta das 15 horas e após o depoimento foi encaminhado direto para o presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa.
Foto: Reprodução / aRede