Defesa de mulher acusada de matar marido em Castro alega legítima defesa
Esposa expõe histórico de violência doméstica sofrido com o marido
Da Redação
Castro – A morte de José Benedito do Prado, de 46 anos, ocorrida na madrugada de quinta-feira (6) no Hospital Santa Casa de Ponta Grossa, ganhou um novo desdobramento. Internado desde o dia 28 de fevereiro, após ser esfaqueado na região do abdômen na Vila Rosário, em Castro, José foi inicialmente tratado como vítima de homicídio. No entanto, a defesa da esposa, Iolanda de Souza Gomes, afirma que a mulher agiu para proteger a própria vida.
Em nota enviada ao Página Um News, a advogada Maria Tomires Monteiro, representante legal de Iolanda, esclareceu que a cliente foi vítima de agressões do companheiro naquela noite e só reagiu para evitar ser morta. “Minha cliente agiu em defesa legítima, após ser agredida e quase esfaqueada pelo seu companheiro. Em um instante em que ela, a verdadeira vítima, conseguiu se desvencilhar do agressor, acabou o atingindo com um único golpe de faca, que infelizmente culminou com sua morte, e correu para não ser apanhada pelo mesmo”, afirmou a advogada.
Segundo a defesa, Iolanda voltou ao local assim que percebeu que José não representava mais risco e acionou o socorro. A advogada reforça, ainda, que não houve intenção de matar, apenas um ato de desespero após anos de sofrimento. “A senhora Iolanda não tinha a intenção de matar o seu esposo, apenas se defendeu para que a vítima de homicídio não fosse ela”, acrescentou.
O caso lança luz sobre um histórico de violência doméstica que, segundo a defesa, durou 27 anos. “Sofreu durante 27 anos nas mãos de seu agressor, que era alcoólatra e por diversas vezes agrediu e humilhou, o que pode ser comprovado pelos boletins de ocorrência já registrados contra ele”, pontuou Maria Tomires.
Ainda conforme a advogada, sempre que Iolanda tentava encerrar o relacionamento, era ameaçada, assim como sua família. “Todos os esclarecimentos pertinentes para elucidar os factos serão demonstrados no processo judicial, a fim de que a verdadeira vítima, que é a senhora Iolanda, possa viver em paz, juntamente com a sua família, após tantos anos de tormento e sofrimento”, concluiu.
