Conselho Tutelar de Castro sofre atentado

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Luana Dias

No final da tarde de sexta-feira (29) a sede do Conselho Tutelar de Castro foi invadida por uma mulher, armada com uma faca, e que quebrou diversos móveis, vidros e equipamentos da instituição. Enquanto estava no local a mulher também ameaçou profissionais, tentando desferir golpes de faca na secretária do Conselho e em outro servidor. Um homem que acompanhava a mulher não permitiu a agressão à secretária.

Depois do atentado, a mulher seguiu para sua casa, de onde, em seguida, foi presa pela equipe da Polícia Militar. Ela foi levada para a Cadeia Pública de Castro, e como não pagou o valor de fiança estipulado pelo delegado da Polícia Civil do município, será transferida para a Cadeia de Sengés, na terça-feira (2), conforme informado pelo diretor da unidade, Elerson de Lima.

Na segunda-feira (1º), a reportagem conversou com a conselheira Irene Goltz. Ela contou sobre fatos ocorridos antes do atentado e que teriam levado a mulher a agir de tal forma. Segundo Irene, a mulher é natural de Ponta Grossa, mas vivia em Castro há alguns meses, com dois filhos, ambos menores de idade. Por certo tempo, chegou a trabalhar e morar, com as crianças, em um bar da cidade, conhecido pela prática de prostituição e consumo de bebida alcoólica.

O primeiro contato da mulher com o Conselho Tutelar ocorreu numa ocasião em que sua filha foi encontrada na rua, sozinha, depois de ter sido agredida pela mãe e seu companheiro, após ingestão de bebida alcoólica por ambos. Acionados, servidores do Conselho fizeram encaminhamento da mãe e das crianças, para atendimento especializado, com o objetivo de orientação e auxílio à família.

Já a segunda abordagem ocorreu quando o Conselho Tutelar recebeu denúncia de que a mulher consumia bebida alcoólica e praticava atos libidinosos, com moradores de rua, em praça pública, na presença de um dos filhos. Há informação também de que na noite anterior a esses fatos, mãe e filho teriam pernoitado na rodoviária da cidade, e que uma das crianças chegou a ser deixada no bar citado acima.

Na ocasião, profissionais da instituição aproximaram-se da família e levaram mãe e filhos para a Casa de Apoio, mantida pela Prefeitura Municipal, onde foram recebidos, e a mãe, novamente orientada. “Eu expliquei a ela que ali ela poderia permanecer por dez dias, e enquanto isso, a equipe de Assistência Social iria procurar um local adequado, onde ela e seus filhos poderiam ficar, e que também receberiam a assistência necessária”, explicou Irene.

Cerca de meia hora depois do acolhimento, no entanto, a mulher deixou o local, abandonando os filhos e sem explicar para onde iria. Após, conselheiros tutelares de Castro, em contato com o órgão de Ponta Grossa, localizaram a avó materna das crianças, para quem a guarda de ambos foi transferida temporariamente. Porém, na sexta-feira (29), o Conselho recebeu a informação de que os menores estavam novamente morando com a mãe. O órgão, por sua vez, fez contato com a avó das crianças, então responsável pelas mesmas, que relatou ter entregue os netos aos cuidados da filha, por medo.

Depois de falar com conselheiras, a avó avisou a mãe das crianças e informou sobre o contato feito pela instituição. Imaginando que os filhos seriam tirados de seu convívio, a mãe foi até a entidade e cometeu o atentado. “Ela já subiu a rua gritando e quando chegou aqui, não quis conversar e já foi quebrando tudo. Estava bastante alterada e fez diversas ameaças”, explicou a conselheira.

Depois do ocorrido e diante do registro de violência, de maus-tratos, negligência e abandono sofridos pelas crianças, conforme descreve a conselheira, os filhos da mulher foram levados para local seguro [ocultado por segurança], onde seguem protegidos, de acordo com determinações legais.

Histórico de violência e ameaças

Ainda de acordo com informações obtidas pela reportagem, a mãe das crianças já possui histórico de violência e agressividade. Ela já teria colocado fogo na casa de sua avó e atacado sua irmã, com uma faca. Além disso, depois de detida, teria feito diversas ameaças aos conselheiros e à instituição.

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