Cinco meses após o crime, caso envolvendo ex-presidente da Câmara de Castro aguarda reconstituição para avanço das investigações
Da Redação
Castro – Cinco meses após a morte do empresário Guilherme de Quadros Becher, ocorrida em um condomínio de chácaras de luxo entre Ponta Grossa e Carambeí, o inquérito que investiga o caso segue em andamento, agora com expectativa pela realização da reconstituição simulada dos fatos, prevista para o mês de junho. O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Castro, Miguel Zahdi Neto – conhecido como Neto Fadel – é apontado como autor dos disparos fatais e é investigado pelo suposto homicídio.
O advogado Fernando Madureira, que atua na acusação ao lado do também advogado Jairo Baluta, afirmou ao Página Um News que os laudos periciais do caso já estão finalizados e sob posse da autoridade policial. No entanto, eles ainda não foram oficialmente anexados ao inquérito. “Os laudos periciais já foram concluídos e se encontram com a autoridade policial. Entretanto, serão juntados ao inquérito policial somente após a reconstituição simulada dos fatos”, explicou Madureira.
Segundo ele, a data exata da reconstituição ainda não foi determinada, mas deve ocorrer ao longo de junho. “Os advogados das partes já apresentaram quesitos para serem esclarecidos quanto à dinâmica dos fatos que causaram a morte da vítima Guilherme de Quadros Becher”, detalhou.
A reconstituição, conforme informou o advogado, será feita em etapas distintas, com a participação de testemunhas, informantes e, se desejar, do próprio acusado, cuja presença não é obrigatória. “A reconstituição simulada dos fatos deve ser realizada em etapas e momentos distintos com cada parte, conforme a determinação da autoridade policial”, acrescentou Madureira.
A defesa dos familiares da vítima vê na reconstituição uma peça-chave para elucidar o crime. “Nós, advogados que representamos os familiares da vítima, pedimos que fosse feita a reprodução simulada. Informamos que é uma prova importante para esclarecer o crime, considerando que o criminoso tentou induzir a autoridade policial mentindo que agiu em legítima defesa, quando na verdade ocorreu um assassinato premeditado”, pontuou Madureira.
Um detalhe relevante ainda não divulgado pela Polícia Civil é o número exato de disparos que atingiram Guilherme. O laudo específico com essa informação foi mantido fora do inquérito até o momento. “O laudo com o número de disparos que atingiu a vítima não foi juntado no inquérito para não prejudicar a investigação. Sendo assim, não podemos afirmar com certeza quantos tiros alvejaram a vítima, mas será juntado após a reconstituição”, esclareceu o advogado.
Relembre o caso
Na tarde de 21 de novembro de 2024, o então vereador Miguel Zahdi Neto efetuou disparos que mataram Guilherme de Quadros Becher. A confusão teria começado após o empresário se incomodar com o barulho de um quadriciclo usado por crianças no condomínio. A versão inicial, divulgada pela Polícia Civil, indicava que Guilherme teria disparado contra a residência da família de Fadel e, em seguida, sacado duas armas – uma pistola calibre .380 e um revólver .38 – efetuando novos disparos. Miguel teria reagido, também atirando, resultando nos ferimentos fatais.
Fadel apresentou-se voluntariamente à delegacia e foi liberado após o delegado de plantão entender que os disparos ocorreram em legítima defesa. Na ocasião, apenas pessoas ligadas ao acusado foram ouvidas, pois os familiares da vítima ainda se encontravam em estado de choque.
Agora, com o avanço das diligências e a iminente realização da reprodução simulada, o caso entra em nova fase. A expectativa é que a reconstituição ofereça elementos decisivos para que o Ministério Público possa se posicionar sobre eventual denúncia formal. A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil de Ponta Grossa.