Pressionado, Pazuello alega problemas de saúde e pede para deixar ministério

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O Globo

O presidente Jair Bolsonaro vai trocar nos próximos dias o comando do Ministério da Saúde, hoje a cargo do general Eduardo Pazuello, segundo fontes do Planalto. De acordo com esses interlocutores do presidente, o atual ministro comunicou a Bolsonaro estar com problemas de saúde e que, por isso, precisará de mais tempo para se a reabilitar.

O pedido de afastamento coincide com o auge da pressão de deputados do Centrão, que pleiteiam mudança no comando da pasta sob pretexto de má gestão durante a pandemia.

Pessoas próximas ao presidente já entraram em contato com dois médicos cardiologistas cotados para substituir Pazuello: Ludhmila Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O primeiro nome, como divulgou o blog de Andréia Sadi, é o preferido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de deputados do Centrão. O Ministério das Comunicações divulgou uma nota informando que Ludhmila se reuniu com Bolsonaro na tarde deste domingo, no Palácio do Alvorada. O encontro teria sido de aproximação entre ambos.

Um integrante do núcleo de Bolsonaro ouvido pelo GLOBO alega que a mudança não ocorrerá por pressão de parlamentares, mas, segundo ele, por motivos de saúde de Pazuello. Para sustentar seu argumento, essa fonte diz que, se fosse para ceder ao Centrão, o escolhido seria o deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), que teria sido o primeiro nome indicado pelo bloco.

Além de criticarem a gestão de Pazuello, principalmente por conta do atraso no cronograma de vacinação, deputados do Centrão disseram em caráter reservado ao GLOBO que, com a volta do ex-presidente Lula (PT) ao cenário eleitoral, o bloco, hoje na base de Bolsonaro, ganha força para pleitear mais espaços na administração pública.

Sem citar especificamente o Ministério da Saúde, esses parlamentares lembraram que o grupo integrou o governo do petista e, em 2022, servirá como fiel da balança na composição de forças políticas entre o atual presidente e o ex.

Após a publicação desta reportagem, o Ministério da Saúde divulgou nota em que informou que “até o presente momento, o ministro Eduardo Pazzuelo segue à frente da pasta, com sua gestão empenhada nas ações de enfrentamento da pandemia no Brasil.”

Foto: Divulgação

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