Antônio Coza nega suposto crime eleitoral e diz que também vai recorrer à Justiça / Divulgação
Edilene Santos
Carambeí – Um candidato a vereador está sendo acusado por uma moradora da Vila Esperança por compra de votos. Na noite de sexta-feira (23), Antônio Coza (MDB) teria participado de uma festa e oferecido aos participantes linguiça, cerveja e refrigerante. Ele nega a suposta compra de votos e diz que vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral para que o caso seja investigado.
A festa e a presença do candidato foram gravadas num celular por Elizane do Carmo, moradora da região, e logo as imagens correram pelas redes sociais e chegaram ao Página Um News. Por terem sido feitas à noite, as imagens não estão muito nítidas, mas mostram o candidato e a festa.
Elizane afirma que Coza encostou no seu rosto e chegou a apontar uma arma contra ela para que parasse de filmar, no entanto, esta cena não teria sido gravada porque o aparelho parou de funcionar. “Não pude gravar, mas ele disse que estávamos tentando assaltar ele [sic]”, relata a mulher, grávida de seis meses.
Nesta segunda-feira (26), ela esteve na delegacia de Castro e também no Fórum Eleitoral para apresentar os vídeos e registrar queixa contra o candidato.
A Vila Esperança é uma das regiões mais distantes do centro de Carambeí e fica na divisa com Castro. É um dos bairros mais pobres de Carambeí, onde a população sofre com a falta de políticas públicas. “Aqui tem esgoto a céu aberto; somos abandonados. E os políticos só aparecem de quatro em quatro anos”, observa a Elizane. Ela considera que a compra de votos impede que a população cobre por melhorias. “Não adianta cobrar do político depois de eleito porque ele vai jogar na cara que já te ajudou dando cerveja e pagando uma conta atrasada”.
O que diz Coza
Procurado pela reportagem do Página Um News, Antonio Coza disse que a festa não foi em Carambeí, mas sim no Tronco, em Castro. “Fui a um aniversário no Tronco e depois fui até a Vila Esperança para falar com um amigo. Foi então que chegaram três elementos, me xingando e dizendo que era compra de votos e que a festa foi patrocinada por mim”, relatou.
Com a chegada da moradora e início das gravações pelo celular, Coza disse que embarcou no carro, arrancou e foi embora. “Não apontei arma nenhuma e nem agredi ninguém. Só coloquei a mão na frente do celular dela para tirar a luz da minha cara”, contou.
Para ele, trata-se de uma armação de algum concorrente seu. “Houve um crime eleitoral, um atentado à democracia. Achei estranho que logo o vídeo correu para todas as pessoas que me apoiam”, finalizou o candidato.