Procuradoras da Mulher de todo o Paraná se reúnem na Assembleia Legislativa para acompanhar Encontro Nacional
Alep
A Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa reuniu as Procuradoras Municipais da Mulher do Paraná, nesta terça-feira (26), no Auditório Legislativo Deputado Rubens Recalcatti, com o objetivo de acolher as novas vereadoras eleitas, das boas-vindas e debater planos futuros. A reunião serviu também para que todos os participantes pudessem acompanhar, on line, o Encontro Nacional de Procuradoras que aconteceu no Congresso Nacional em Brasília.
O Paraná é o estado do Brasil com mais Procuradorias instaladas, 162 no total. Após as eleições de 2024, o número de vereadoras eleitas aumentou: 477 novas e 214 reeleitas, somando 691 mulheres ocupando o cargo na próxima legislatura. Para a procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa, deputada Cloara Pinheiro (PSD), o encontro de procuradoras e mandatárias municipais é uma oportunidade para compartilhar experiências, fortalecer a atuação feminina e debater pautas essenciais para o avanço da representatividade.
A procuradora da Mulher, deputada Cloara Pinheiro (PSD) destacou a relevância do encontro. “Este é primeiro encontro depois das eleições municipais. Recebemos as vereadoras eleitas, reeleitas e as que já são procuradoras. Demos aquele acolhimento, conversamos com elas, para fazer um balanço de como foi esse mandato. E depois, entramos ao vivo com Brasília, onde participaram procuradoras do país inteiro para trocar experiências. Somos uma rede de procuradorias integradas, com a mesma finalidade, o mesmo objetivo de proteger a mulher da violência e falar sobre acolhimento”.
“O Paraná é reconhecido nacionalmente por ter o maior número de Procuradorias da Mulher, um extenso trabalho muito sério e comprometido de toda a equipe. E no próximo ano vamos levar a Procuradoria da Mulher para as escolas. É um trabalho de base essencial para conscientizar, esclarecer sobre a violência e o feminicídio que vem aumentando. Não podemos mascarar esses dados. Eu até pensei que depois do Covid as pessoas iam parar e entender que a vida não é competição, mas a vida está complicada, então se a gente não preparar desde a infância, através das escolas não vamos conseguir resolver. É isso que efetivamente queremos, fazer a transformação e a mudança de comportamento”, exaltou a procuradora da Mulher, deputada Clora Pinheiro (PSD).
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD) participou da reunião e destacou as ações da Procuradoria da Mulher. “Eu quero parabenizar a deputada Cloara pela condução da Procuradoria da Mulher, por ter este comando forte e dedicado, porque não adianta só ter o título e não trabalhar, não funciona. A deputada está sempre presente, está sempre batalhando aqui dentro. Como líder do Governo, eu estou aqui para reafirmar o meu compromisso com a Procuradoria da Mulher, temos muito ainda para avançar, na efetivação de projetos, na agilidade dos processos e contem comigo em tudo que for necessário”.
Convidados
Representando a Advocacia Geral da União (AGU), a Procuradora Federal, doutora Carliane de Oliveira Carvalho disse que “é um orgulho participar deste encontro de Procuradorias. Participo do Programa Nacional da AGU de enfrentamento ao assédio sexual, e o que buscamos, justamente, é que a atuação da mulher não seja pró-forma, mas que seja efetiva. Que a mulher efetivamente assuma cargos, que efetivamente modifique a sociedade, que tenha a mão da mulher dentro do que ela faz, e não só esteja ali para constar. E isso na política é muito importante. É muito revigorante quando vemos mulheres que fazem a diferença e que inspiram tantas outras mulheres”.
A Secretaria de Segurança Pública foi representada pelo delegado Leonardo Bueno Carneiro que descreveu as ações do governo do estado em atenção as mulheres. “Estamos em um momento propício para ampliar aqui no estado do Paraná o combate da violência conta a mulher, sabemos que os números são alarmantes, mas sabemos também que o governo do estado é um entusiasta da causa da mulher, com a criação da secretaria especializada da mulher, vários cargos estratégicos do governo sendo ocupados por mulheres, então mais do que o discurso estamos mostrando na prática que podemos ter mais mulheres em posição de gestão, temos a maior bancada feminina da história do nosso Legislativo que reflete também o desejo da população em ter mais mulheres à frente das tomadas de decisões. A gente sabe que é só começo. Na esfera de segurança pública, o nosso secretário, Coronel Hudson sempre nos pediu para que trabalhássemos de maneira muito efetiva no combate à violência contra a mulher”.
A procuradora da Mulher do município de Jardim Alegre, vereadora Pricilla Bogo (PSD) conta que a procuradoria da Mulher na sua cidade tem apenas um ano e meio, mas muita coisa já foi feita. “Não foram muitos trabalhos feitos ainda, mas foram feitos alguns trabalhos com resultados muito bacanas. Principalmente na questão das palestras, na questão de informar as pessoas o que é a violência doméstica, porque hoje ainda é um tabu muito grande. Por mais que se fale bastante, a luta ainda é muito grande. Os principais trabalhos que eu faço são nas escolas, porque eu venho do município que a gente precisa prevenir as crianças, informar as mulheres, as meninas que já estão em idade de começar o relacionamento e também os meninos de que não podem cometer isso. Mostrar para as meninas o que elas não podem aceitar, o que é proibido, o que não é permitido, para assim elas terem uma consciência do que pode e não pode a partir do princípio da prevenção”.
“Participar dos eventos da Procuradoria da Mulher aqui na Assembleia Legislativa é sempre muito importante, porque é uma troca muito enriquecedora, conversamos com várias vereadoras, conversamos com os deputados, trocamos experiências, levamos trabalhos que foram positivos nos outros municípios, e trazemos ao nosso município as boas práticas que conhecemos” afirmou a vereadora Pricilla Bogo (PSD).
Violência em números
A violência contra a mulher é uma questão pública que afeta diariamente meninas e mulheres de todas as classes sociais, idades e etnias. Entre janeiro e setembro de 2024, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (SESP/PR) registrou mais de 159 mil boletins de ocorrência por violência contra a mulher, evidenciando a gravidade da situação no estado.
Em 2023, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontou que 258.941 mulheres brasileiras foram vítimas de violência, um aumento de 9,8% em relação a 2022. As ameaças subiram 16,5%, com 778.921 mulheres registrando esse tipo de ocorrência. A violência psicológica aumentou em 33,8%, somando 38.507 casos, enquanto os registros de perseguição (stalking) aumentaram 34,5%, afetando 77.083 mulheres no Brasil.
Além disso, mais de 41 mil boletins de ocorrência foram registrados por violência sexual no país em 2023, um crescimento de 48% em comparação a 2022. O assédio sexual também é preocupante, com mais de 8,1 mil casos, um aumento de 28,5%. As tentativas de feminicídio subiram em 7,1%, atingindo 2.797 mulheres.
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