Luana Dias
Após mais de nove anos de atuação no município, Observatório de Castro corre risco iminente de encerrar atividades, por falta de indicação de nomes, pelas entidades de classe, para completar a chapa da diretoria. Conforme explicou à reportagem, o atual presidente da organização, Francisco Delmar Kotelinski, como foi formado pelo Conselho de Entidades de Castro (composto por entidades como Lions Clube, Rotary Clube, Loja Maçônica, Emater e Associação Comercial e Empresarial), o Observatório deve ter os nomes de sua equipe indicados por essas entidades. Assim como, só pode atuar se estiver com a diretoria completa. As regras inclusive, estão no estatuto da organização.
No ano passado, três integrantes da equipe deixaram de atuar junto ao Observatório, um porque faleceu (senhor Manoel carneiro), e dois porque assumiram cargos na diretoria de uma empresa. Desde então, o Observatório de Castro não pode atuar e nem mesmo fazer questionamentos a órgãos como a prefeitura da cidade. “Por enquanto o Observatório está em stand-by, ou seja, não pode atuar porque não está com a diretoria formada com cem por cento dos membros”, destacou.
Francisco, porém, também contou à reportagem que já pediu indicação de nomes ás entidades, para recompor a chapa que coordena os trabalhos, e que não obteve retorno. Também solicitou indicações por ofício, mesmo assim, apenas uma entidade teria indicado nome para recomposição da chapa. De acordo com Kotelinski, ele ainda fez uma terceira tentativa de manter as atividades da organização, sugerindo às entidades a criação de uma nova chapa, que após aprovada, poderia dar continuidade aos trabalhos do Observatório. Entretanto, o prazo para formação e eleição da nova chapa termina no dia 31 de janeiro, e, até na segunda-feira (11) nenhum nome havia sido indicado para composição.
“Primeiro foram chamadas as entidades, para que indicassem nomes, as entidades não apresentaram ninguém, fiz um ofício pedindo indicações e explicando que o Observatório está travado e não pode funcionar, mas infelizmente as entidades de classe, com exceção do Lions Clube, novamente não indicaram ninguém. Ainda faltam duas pessoas, e, não pode ser alguém escolhido pelo presidente, por exemplo, precisa ser indicação das entidades. Eu fiz então uma nova convocação, pedindo para, em vez de recompor a minha chapa, que seja feita uma nova eleição, sugeri que fosse indicada uma chapa, com composição nova, para o Observatório seguir, mas até agora nenhuma chapa foi inscrita e se não tiver indicação, por não ter condições de operações técnicas, o Observatório vai acabar encerrando as atividades, por falta de indicação de nome por parte das entidades de classe”, ressaltou Francisco.
Ao considerar as duas tentativas frustradas de recompor a diretoria do Observatório, e o curto prazo que resta para registro de uma nova chapa, Francisco afirma que a chance de o Observatório encerrar as atividades neste ano é de 99,5%. O presidente lamentou essa possibilidade, e afirmou que a existência de um órgão que fiscaliza as atividades do poder público faz a diferença no município. “É uma pena, pelo trabalho que o Observatório faz, e porque realmente os políticos acabam respeitando, quando há um órgão fiscalizador. Claro que, se formos apostar nos vereadores recém-eleitos, que prometeram fiscalizar a prefeitura, o Observatório não tem sentido nenhum, e,ao que tudo indica, ficaremos mesmo a mercê dos vereadores para fiscalização dos atos da prefeitura”, destacou Francisco.
Corte de verbas
A manutenção das atividades desenvolvidas pelo Observatório ocorreu por
meio de doações, tanto de pessoas físicas, como jurídicas, porém, como está com as atividades paralisadas desde meados do ano passado, pelo desfalque da diretoria, o Observatório de Castro passou a sofrer cortes nos repasses das entidades doadoras. “As entidades começaram a cancelar as doações, a maioria já cortou a verba, e, teve entidade que cancelou o repasse, mas também não indicou ninguém para compor a diretoria, e eu ainda tenho um ano de gestão, mas infelizmente estou de mãos atadas, o que eu podia fazer, eu fiz”, explicou Francisco.
Processo protocolado durante campanha eleitoral
Francisco também explicou que a ação de pedido de impugnação à candidatura de Moacyr Fadel à reeleição foi protocolada em seu nome, durante a última campanha eleitoral, porque o Observatório de Castro já estava impedido de atuar, graças ao desfalque da diretoria. “Como o Observatório já estava parado naquela época, eu protocolei a ação em meu nome, como um ato de cidadania”, destacou.
O presidente acredita que a ação pode estar influenciando a situação atual. “Talvez esse ato tenha criado certo receio nas entidades, mas eu acho que o município não pode ter medo de seu administrador, se não, escolhemos o administrador errado, e o Observatório é uma peça importante e fundamental na sociedade, para controle social, e, o prefeito é mais um funcionário público, como qualquer outro”, finalizou.