Mobilização reúne população de Ponta Grossa e reforça defesa das escolas especializadas
*Durante caminhada da APAE, Câmara Municipal marca posição contra ação que ameaça funcionamento das escolas
Da Assessoria
Ponta Grossa – A manhã desta quinta-feira (28) foi marcada pela mobilização em Ponta Grossa em defesa das escolas especializadas. Promovida pela APAE, a caminhada saiu da Praça dos Polacos às 8h30 e reuniu famílias, alunos, professores e autoridades em apoio às instituições que podem ser afetadas pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7796. A ação, proposta pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down pede a revogação das leis estaduais 17.656/2013 e 18.419/2015, que garantem o suporte do Estado à modalidade de educação especial oferecida por entidades filantrópicas como as APAEs.
O presidente da Câmara de Ponta Grossa, vereador Julio Küller (MDB), esteve à frente do ato e reforçou seu compromisso com as famílias atípicas, em especial as de crianças autistas. “Estamos juntos para mostrar que a educação especial é um direito que precisa ser protegido. Não podemos permitir que as APAEs sejam limitadas apenas a centros de atendimento, porque elas são escolas e oferecem formação completa”, afirmou Küller.
O vereador também lembrou da Moção de Apelo que protocolou recentemente no Legislativo municipal. O documento é dirigido “ao Egrégio Supremo Tribunal Federal, para que avalie de acordo com os princípios e garantias constitucionais a ADI 7796”. Segundo ele, trata-se de uma defesa legítima não apenas das APAEs, mas de todas as famílias que dependem da educação especializada no Paraná. “As leis estaduais em vigor são conquistas que não podem ser desconsideradas. Vamos continuar pressionando para que o STF reconheça a importância da inclusão efetiva e do respeito a essas famílias”, disse.
Além de Küller, a caminhada contou com a presença das vereadoras Teka dos Animais e Joce Canto, que se somaram às famílias e profissionais da área para fortalecer o coro contra a possível mudança legal. Ao longo do trajeto, cartazes, faixas e palavras de ordem lembraram que a defesa das APAEs é também a defesa da dignidade, da autonomia e da educação de qualidade para pessoas com deficiência.
A mobilização destaca o protagonismo das famílias atípicas e a relevância da causa. Para os organizadores, a caminhada foi um recado claro às autoridades de que Ponta Grossa e o Paraná não abrirão mão da manutenção das escolas especializadas.