Gestão pedagógica dos colégios cívico-militares fica para profissionais da educação
Redação ADI
Os profissionais da educação continuarão responsáveis pela gestão pedagógica e por todo o processo educacional das escolas que fizerem a adesão à modalidade de colégios cívico-militares criada pelo Governo do Estado.
A proposta do programa, lançado na segunda-feira (26) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, é que haja uma gestão compartilhada entre civis e militares em 216 escolas de 117 municípios, que atendem do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental e o Ensino Médio. O papel de cada diretor está bem delimitado.
Todo o processo pedagógico e educacional será de responsabilidade dos profissionais da educação. As aulas continuarão sendo ministradas por professores da rede estadual. “Os professores e demais profissionais da educação continuarão sendo protagonistas no processo de ensino e aprendizagem”, explica o secretário estadual da Educação e do Esporte, Renato Feder. “A gestão compartilhada permite aos profissionais civis manter o foco na questão pedagógica”, ressaltou.
Ao longo da última semana, a comunidade escolar foi consultada para oficializar a adesão dos colégios indicados ao programa, com as opções de decidir se a escola entraria ou não na gestão compartilhada. Maior projeto nesta área do Brasil, o programa de colégios cívico-militares tem como principal objetivo melhorar os índices educacionais do Estado.
A proposta pega como exemplo o desempenho do Colégio da Polícia Militar em Curitiba (CPM), que tem, historicamente, o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as escolas de Ensino Médio da rede estadual. O CPM recebeu nota de 6,2 no Ideb de 2019, bem acima da média estadual, de 4,4 pontos.
“Queremos ofertar essa modalidade em mais colégios porque é um modelo que vai contribuir com a melhora que queremos para a educação do Paraná”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “A discussão para a implantação está sendo feita de forma democrática, com a consulta aos pais, equipe pedagógica e toda a comunidade escolar”, disse.
COMO VAI FUNCIONAR – A nova modalidade, que já deve ser implementada em 2021 nos colégios que aderirem à proposta. O cargo de diretor-geral sempre será ocupado por um profissional do Quadro Próprio do Magistério (QPM), que são servidores efetivos da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte.
Dependendo do porte do colégio, haverá ainda o cargo de diretor auxiliar, que também será de responsabilidade de um profissional da educação. Os militares não vão interferir na parte pedagógica e serão responsáveis pela gestão da infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares.
Essa atuação deve conferir mais eficiência para a gestão, pois libera os profissionais civis para se dedicarem às atividades educativas e pedagógicas. Além de um diretor militar, haverá ainda de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.
PATRULHA ESCOLAR – Boa parte dos militares que vão atuar nas escolas trabalhou na Patrulha Escolar ou no programa Escola Segura, e já está ambientado com a área educacional. Além disso, passarão por uma formação oferecida pela Secretaria da Educação.
Eles fazem parte do Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários, policiais da reserva que serão remunerados por meio de diárias criadas por lei em 2017, cujo valor vai variar conforme a atribuição desempenhada na instituição de ensino.
As escolas selecionadas funcionarão em regime de cooperação, por meio de termo entre a Secretaria da Educação e do Esporte e a Secretaria da Segurança Pública do Paraná.
O programa será avaliado continuamente a partir da implementação, como forma de aferição da melhoria e do alcance das metas do modelo proposto. Não haverá seleção de alunos.