Obras financiadas pela Itaipu para a COP 30 avançam em Belém (PA)
Parte das obras preparatórias para a COP 30 em Belém (PA), financiadas pelo governo federal por meio do Programa Itaipu Mais que Energia, da usina de Itaipu, estão em fase avançada de execução
Da Assessoria
Belém – A reforma e revitalização dos Mercados da Carne e do Peixe em Belém (PA), previstas para a Conferência das Partes (COP 30), que ocorre em novembro deste ano, já passam dos 80% de execução, percentual semelhante ao das obras na Feira do Açaí e no Mercado Ver-o-Peso. As estruturas integram o complexo Ver-o-Peso, conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1977. Os ambientes fazem parte da rota turística de Belém e têm enorme relevância econômica e cultural para os paraenses.
Comerciantes de artesanato que estavam temporariamente no Solar da Beira, também recuperado, estão voltando para os boxes reformados e já entregues no Mercado Ver-o-Peso. A Feira do Açaí passa por reforma nas docas das embarcações, que inclui a troca do piso de dragagem junto ao Rio Guamá.
Entre os dias 6 e 9 de abril, uma comitiva da Itaipu Binacional, liderada pelo diretor de Coordenação Carlos Carboni, visitou as principais obras financiadas pela empresa na capital do Pará e participou de reuniões de alinhamento com a Casa Civil (PR) e outros parceiros, como Governo do Estado do Pará, Prefeitura de Belém e Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa do Pará (Fadesp). São várias obras e iniciativas de saneamento e educação ambiental que deixarão um legado para as famílias paraenses.
“As obras estão avançando dentro do esperado e vemos os esforços de todos os nossos parceiros para que os cronogramas sejam cumpridos”, avaliou o diretor Carlos Carboni. Na comitiva, ele esteve acompanhado pelos superintendentes de Obras, Kleber da Silva, e de Meio Ambiente, Gilmar Secco; pelo gestor de convênios da Superintendência de Meio Ambiente para a COP, Rodrigo Cupelli; pelo fiscal de obras da Divisão de Infraestrutura e Manutenção, Eduardo de Pádua Viali; e pelo coordenador do eixo de resíduos pelo Itaipu Parquetec, Paulo Henrique Squinzani.
Na ocasião, Carboni visitou uma das 405 suítes, que está em fase de acabamento e integra o Complexo Hoteleiro Vila Líderes, estrutura que vai abrigar delegações da COP 30. Estão sendo construídas cinco torres e mais um bloco de serviços. A área total edificada é de quase 20 mil metros quadrados.
Cerca de 200 operários trabalham no local em turnos de 12 horas. As metalúrgicas que fornecem parte da estrutura do Vila Líderes, instaladas fora do canteiro de obras, operam em turnos de 24 horas. Após a COP 30, o complexo hoteleiro será destinado para abrigar órgãos do Governo do Estado do Pará.
A implantação do Parque Linear das Docas, que terá 1,2 km de extensão, também teve avanço significativo: dois terços da estrutura estão concluídos. Os tapumes que protegem a obra na primeira quadra da Avenida Visconde de Souza Franco foram removidos, e os acabamentos estão em andamento. Além da revitalização, a obra inclui a implantação de quase 19 km de rede coletora de esgoto, com mais de 2.300 ramais domiciliares.
Ainda no setor de saneamento, os investimentos do governo federal, via Itaipu, abrangem o Canal São Joaquim, onde será construído o Parque Urbano Igarapé São Joaquim. Na Etapa 1 estão previstas urbanização do trecho com paisagismo, macro e microdrenagem, coleta de esgoto, instalações elétricas, iluminação pública, sinalização viária, entre outras ações.
Na visita ao local, os profissionais da Itaipu acompanharam de perto o andamento das obras, que registraram atrasos no cronograma, mas agora seguem aceleradas, mobilizando mais de 150 operários para dar celeridade ao processo. Hoje, o percentual de execução desta Etapa 1, financiada pela binacional, está na ordem de 20%. A revitalização beneficiará diretamente mais de 120 mil pessoas que moram às margens do curso d’água.

Inovação e educação
A proposta da Itaipu e do governo federal prevê, ainda, ações que não se encerram com o fim da COP 30. Nas proximidades do Complexo Ver-o-Peso será instalado o Centro de Inovação e Bioeconomia, em um prédio histórico localizado em área estratégica da cidade.
Um esforço coletivo da Itaipu Binacional, do Itaipu Parquetec e da Fadesp pretende estimular a pesquisa e a inovação na bioeconomia da Amazônia, com potencial para gerar renda e melhorar a qualidade de vida da população. A reforma do prédio é apenas um dos pilares do projeto, que também contará com financiamento de bolsas de pesquisa, capacitações técnicas e teóricas, entre outras atividades.
Também em parceria com o Itaipu Parquetec, a binacional está promovendo a construção de um modelo de barco sustentável de pequeno porte movido à Hidrogênio. A ideia é que o protótipo comprove a viabilidade do uso do hidrogênio verde para embarcações de pequeno porte, em substituição de motores a combustão de barcos movidos a combustíveis fósseis.
Outro trabalho que não se encerra em novembro é o de educação ambiental e de gestão de resíduos sólidos. A Itaipu investiu na compra de 36 biodigestores, 32 deles já instalados em escolas municipais de Belém. Algumas unidades escolares, como a da Faveira, na Ilha de Cotijuba, vêm utilizando o biodigestor como instrumento de aprendizagem para as crianças, conectando o tema da transição energética e das mudanças climáticas às práticas pedagógicas.
“A tecnologia do biodigestor é uma ferramenta com diversos caminhos. Para nós, é um laboratório vivo, prático, educativo e divulgador de ciência e tecnologia”, afirmou o professor Ricarti de Souza Vieira, da Escola Bosque da Faveira, na Ilha de Cotijuba. Ele e demais profissionais usam o biodigestor para práticas pedagógicas de disciplinas como Filosofia, Matemática e Ciências.
Com a Fadesp e a Secretaria de Educação da Prefeitura de Belém, a Itaipu está promovendo seminários e oficinas de educação ambiental, produção de materiais educativos e atividades culturais sobre os temas da COP 30. O primeiro grande seminário contou com a presença de Ailton Krenak e reuniu mais de 2 mil professores(as), em dezembro do ano passado.
No campo dos resíduos sólidos, um dos desafios do município, a binacional está contribuindo com a reforma e cessão de equipamentos para quatro Unidades de Valorização de Recicláveis (UVRs) em Belém: Concaves, Filhos do Sol, Aral e ACCSB. A atividade é inspirada no modelo bem-sucedido da Itaipu em sua área de atuação prioritária, que abrange 434 municípios do Paraná e do sul do Mato Grosso do Sul, por meio do Programa Itaipu Mais que Energia.
Ao todo, o investimento do governo federal na COP 30 – somente por meio da Itaipu Binacional – é da ordem de R$ 1,3 bilhão. O Mercado São Brás foi a primeira estrutura entregue para a COP 30, em dezembro de 2024, com financiamento da Itaipu e da prefeitura. O prédio histórico foi concluído, e as obras complementares seguem no local.
Na próxima fase do projeto, caberá à prefeitura operacionalizar a transferência dos comerciantes para o espaço e assumir a gestão administrativa do mercado para auxiliar os permissionários e garantir a preservação do patrimônio.
Por que a Itaipu investe na COP 30
A Itaipu apoia a realização da COP 30 em alinhamento com o compromisso do governo federal com a agenda global de sustentabilidade e à experiência da binacional em diversas Conferências do Clima. A estratégia está conectada à missão da usina de “gerar energia elétrica com responsabilidade social e ambiental para o Brasil e Paraguai”.
A atuação da hidrelétrica para a COP 30 também se conecta à conservação da Floresta Amazônica, fundamental para a segurança hídrica da usina. Os rios voadores, gerados pela floresta, mantêm o ciclo de chuvas da Bacia do Paraná, onde está Itaipu; sem esse fenômeno, não seria possível gerar energia na usina.