MPPR e MPF reúnem-se com representantes de comunidades tradicionais para tratar da vacinação contra a Covid-19 no Paraná
Da assessoria
Integrantes do Ministério Público do Paraná e do Ministério Público Federal reuniram-se nesta quarta-feira (20) com representantes de comunidades tradicionais do estado para tratar do início da vacinação contra a Covid-19 nessa população. O objetivo foi esclarecer as lideranças acerca da importância da imunização que, neste primeiro momento, tem as comunidades indígenas como um dos públicos prioritários. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 10.816 indígenas com mais de 18 anos, mapeados em 30 municípios paranaenses, receberão a proteção nesta primeira etapa da campanha.
Realizado de modo virtual, o encontro, coordenado pelo Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais, reuniu cerca de 60 pessoas, com representações da Defensoria Pública do Paraná, da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Sesa e lideranças de comunidades tradicionais. Além dos indígenas, participaram da discussão quilombolas, faxinalenses, ciganos, pescadores artesanais e caiçaras. Segundo assessoria do órgão, para garantir o atendimento a essa população, o Ministério Público do Paraná, em conjunto com os demais órgãos públicos envolvidos, manterá permanente contato com os representantes das 13 etnias existentes no estado a fim de esclarecer qualquer dúvida acerca da imunização e da garantia do pleno exercício do direito à saúde. A vacinação dos indígenas já foi iniciada na quarta-feira (20).
Preocupações
Representando o Ministério Público do Paraná, o procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos, manifestou preocupação com alguns discursos equivocados que ainda são difundidos sobre a vacina e ressaltou a importância de as lideranças atuarem nesse processo de conscientização. “Os caciques devem ter papel estratégico esclarecendo aos seus povos que a prioridade do grupo indígena é um benefício para as comunidades, que terão acesso primeiro de acordo com o cronograma do Plano Nacional e Estadual de Imunização por serem considerados grupo de risco”, pontuou. Entre as preocupações levantadas pelos indígenas estão os estudantes das etnias, que atualmente residem nos centros urbanos, mas continuam com vínculo com os familiares nas comunidades.