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O mês de julho se despediu do Paraná com as estatísticas abaixo da média. Em todas as estações meteorológicas do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) as temperaturas foram menores do que o valor médio dos anos anteriores. Na maioria, a média de chuva também não foi atingida. Ou seja: foi um mês frio e seco.
Apenas oito estações meteorológicas atingiram ou ultrapassaram a média histórica de chuva para o mês de julho neste período de 2025: Altônia, Capanema, Cascavel, Foz do Iguaçu, Loanda, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Toledo. A cidade onde mais choveu em julho de 2025 foi Toledo: 101,6 mm, 15,4 mm acima da média histórica de chuvas para o mês na cidade, que é de 86,5 mm. A média de todo mês nestas cidades foi atingida em pouquíssimos dias. O resto do mês foi seco.
Em outras 36 estações a média de chuva não foi atingida. A cidade que teve menos chuva em comparação com a média foi Telêmaco Borba, onde a média para julho é de 94,7 mm e choveu no mês em 2025 apenas 11,8 mm, ou seja, uma diferença de 82,7 mm.
A diferença do volume acumulado de chuva com o ano passado é grande. Em julho de 2024 as chuvas na maior parte do Estado foram acima da média: 34 estações registraram acumulados de chuva acima de 80 mm, sendo oito delas com valores acima dos 200 mm. Já em julho de 2025 apenas cinco estações meteorológicas do Simepar registraram valores acumulados de chuva acima de 80 mm: Toledo (101,6 mm), São Miguel do Iguaçu (88,0 mm), Santa Helena (98,0 mm), Foz do Iguaçu (98,8 mm) e Cascavel (84,2 mm).
“Em 2025 a chuva ficou abaixo da média por conta de um bloqueio atmosférico sobre o sul do continente, que impediu que as frentes frias – sistemas meteorológicos que provocam chuva nesta época do ano – chegassem até o Paraná. Em 2024 isso não ocorreu. As frentes frias passaram com maior frequência”, explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.
Temperaturas
Todas as 49 estações meteorológicas do Simepar registraram em julho de 2025 temperaturas médias dentro ou abaixo da média histórica para o mês. Cerro Azul, Cornélio Procópio, Palotina, Santo Antônio da Platina e Cruzeiro do Iguaçu tiveram em julho de 2025 temperaturas entre 2°C e 3°C abaixo da média mensal.
As temperaturas mínimas mais baixas do mês nas estações do Simepar foram no dia 1º no distrito de Horizonte, em Palmas (-2,3°C) e no Centro de Palmas (-1,1°C), e também no dia 30, em Ponta Grossa (-0,1°C). Nas estações do INMET, as temperaturas mínimas mais baixas do mês foram em Clevelândia (-1,8°C no dia 01), General Carneiro (-3,4°C) e São Mateus do Sul (-1,4°C no dia 30).
Já as temperaturas médias mais baixas do mês foram no distrito de Entre Rios, em Guarapuava (11,6°C), Fazenda Rio Grande (11,3°C), Irati (11,8°C), Lapa (11,6°C), Palmas (11,2°C), e União da Vitória (11,5°C).
O mês também teve alguns marcos, além de bastante geada. Curitiba ficou 83 horas com temperatura abaixo da casa dos 10°C, logo no começo do mês. De acordo com o Simepar, a Capital não ficava tanto tempo consecutivo com temperaturas tão baixas desde 2013. Curitiba também registrou no dia 2 a segunda temperatura máxima mais baixa desde que a estação meteorológica do Simepar foi instalada na cidade, em 1997, com 6,9°C.
“Houve o avanço de massas de ar polar com forte intensidade sobre o Paraná em julho de 2025. A ausência de chuva favoreceu para que as massas de ar frio que chegaram ao Estado também permanecessem por mais tempo”, diz Kneib.