Matheus de Lara
As duas torres da Igreja Matriz Sant’Ana de Castro estão passando por limpeza e restauração. Desde a quinta-feira (19), as pessoas que passam nas ruas laterais da paróquia, percebem o trabalho minucioso para o processo de restauração provocada por infiltrações e trincas ao longo dos anos. De acordo com o pároco da igreja, padre Sandro Jose Brandt, a manutenção não era realizada há sete anos.
Conforme padre Sandro, primeiramente acontece a limpeza e depois é realizado a avaliação para ver o que será restaurado. “Primeiro será reparado os danos feitos pela corrosão do tempo, e também pela falta de manutenção. Depois será impermeabilizado novamente para refazer a pintura”, disse. Para o responsável do serviço e especialista em trabalho em altura, Marlon Jeferson Ferreira, todo o processo de restauração acontecerá em quatro etapas. “O primeiro passo da reforma está sendo o hidrojato, com a localização de fissuras e infiltrações. Segundo passo é a raspagem com os equipamentos necessários, terceiro é o fechamento com o produto adequado, e por fim, fazer o acabamento com a pintura. Durante esse processo não sabemos o que pode aparecer no meio do caminho, podendo precisar de conserto, principalmente no lado mais antigo, onde está muito frágil, onde encosta e acaba quebrando”, explica.
Padre Sandro enfatiza que é uma manutenção preventiva. “Não adianta fazer uma manutenção paliativa depois que acontecem os incidentes. Para mim, que tenho mestrado em história da igreja, os reparos precisam ser feitos quando podem ser realizados, e sou a favor de uma manutenção contínua e não podemos esperar muito tempo para a realização desses serviços. Por outro lado, quando fui pároco aqui da igreja de 2009 a 2016, fizemos um projeto de restauração e manutenção, o qual havíamos deixado um legado, especialmente de pinturas, telhados, torres e a parte elétrica deveriam ser preventivas, ao menos uma vez a cada ano. Faz seis anos que eu não estava em Castro e a única manutenção, foi realizada uma lavagem das torres, por causa da fuligem e do mofo, e depois não foi feito mais nada”, comenta.
Todo o serviço foi contratado pela igreja. “Não temos subvenção nenhuma do Estado e nem do município, para manter o patrimônio histórico. Quem mantém a estrutura interna e externa, a pintura, reparos de som, entre outros, são doações das ofertas e dos dízimos que recebemos da comunidade, ou seja, não existe de forma alguma um incentivo ou investimento da parte estadual ou municipal”, afirma Sandro.
Restauração
Desde 2009, a empresa responsável realiza manutenção e limpeza na igreja. De acordo com Marlon, agora também é realizado a restauração. “Ao todo vamos abrir as fissuras e furos, vedar e após fazer a pintura novamente para retardar o apodrecimento. A última pintura foi realizada em 2015, mas com o tempo apareceram muitas infiltrações. Com isso, vamos fazer pinturas nos pontos principais e não na igreja toda, o que será um trabalho demorado”, disse, ao mencionar também a remoção das plantas que nascem entre as fissuras da estrutura. “Além de arrancar elas, vamos chegar aonde está a raiz, para remover e aplicar um veneno para certificar que ela não vai nascer novamente”, explica Marlon. Para a restauração das duas torres, que medem 35 metros de altura, o trabalho é realizado por duas pessoas.
Torres
A torre mais antiga fica localizada ao lado do salão paroquial, e está presente desde 1870. “Na segunda metade do século 19, começa a construção desta torre para que possa ser instalada os sinos e o relógio, que ainda estão funcionando. Já a outra torre que é a mais nova, foi concluída no ano de 1970. Entre uma e outra, temos praticamente 100 anos de diferença, tanto que é possível observar o detalhe arquitetônico que difere uma torre da outra”, conclui padre Sandro.
Foto 1 : Matheus de Lara