Jornaleiros a serviço do Página Um News são recebidos a tiros na entrada do Socavão

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*Eles entregariam o jornal que denuncia o lado violento do candidato Neto Fadel

Da Redação

A quinta-feira (26) poderia ser mais um dia normal de trabalho para três jornaleiros que a serviço do Página Um News tinham o compromisso de entregar nas residências do distrito do Socavão, município de Castro, 800 exemplares da edição n 3777-A. Em vez disso, tornou-se uma tarde de terror e medo a 100 metros do objetivo, quando um carro atravessou a rodovia e obstruiu a passagem deles.
Para contar com mais precisão como os próximos minutos se desenrolaram, Alexsandro de Avila (Xu), um dos jornaleiros morador em Ponta Grossa, falou com a reportagem após o acontecido.

“Passamos por uma viatura da polícia no início do trajeto e a 100 metros da entrada do Socavão nos deparamos com um veículo atravessado, tinha muita poeira na estrada. O carro parecia uma Oroch, de cor escura, talvez cinza. Jonas e Polaco, meus colegas nas outras duas motos, conseguiram parar um pouco atrás, eu tentei frear, momento em que um homem saiu do carro e esticou os braços obstruindo a minha passagem. Como eu estava em velocidade, freei o que pude e acabei batendo no carro. Verifiquei que quebrou um dos meus espelhos e minha lanterna de pisca. Perguntei o porque de fazer isso, e ele respondeu que era para a gente vazar [ir embora], que nós não tinhamos nada o que fazer no Socavão, e bastante nervoso veio a sacar a arma e atirar duas vezes para o alto, sem antes apontar o revólver em minha direção”.

Bastante nervoso, veio a sacar a arma e atirar duas vezes para o alto, sem antes apontar o revólver em minha direção.

Perguntado pela reportagem se o acontecido tinha a ver com o jornal que levavam, Alexsandro disse que “acredito que sim, pois qual seria o motivo para não deixar a gente passar, pois nem nos conhecia, muito menos a gente conhecia ele”.

Na sequência, “após os tiros, dei meia volta, e junto com os meus colegas retornamos para a cidade e fomos à sede do jornal, com ele nos seguindo por um bom trecho, inclusive voltando a atirar, em nossa direção”, acrescentou Alexsandro.

Questionado se poderia dar mais detalhes sobre o ocorrido, Alexsandro disse que “no interior do carro, que continuava atravessado, saiu uma mulher loira, vestida de camiseta azul e calça jeans clara, que filmava todo a situação”. Sobre a placa do carro ou as características do atirador, o jornaleiro respondeu que “não deu para ver a placa, mas reparei que ele era moreno, cabelo meio grisalho, altura em torno de 1,70, e usava bermuda escura. Outra característica foi a forma que empunhou a arma, demonstrando ter familiaridade com a pistola”, assinalou o jornaleiro.

“Durante o retorno até o jornal, parei a moto e liguei para Sandro Carrilho [diretor do Página Um News], expliquei a situação, o qual me disse para voltarmos para a sede do jornal, e evitar qualquer confronto, e foi o que fizemos”, destacou.

Questionado se a atitude do motorista do carro foi de alguém que poderia matá-lo, o jornaleiro disse que “em certo momento sim”, que sentiu muito medo, e que em mais de 20 anos de profissão, nunca havia passado por nada igual.

Após os tiros, dei meia volta e junto com os meus colegas retornamos para a cidade e fomos à sede do jornal, com ele nos seguindo por um bom trecho, inclusive, voltando a atirar em nossa direção.

Boletim de ocorrência

Na tarde de segunda-feira (30), o jornaleiro Alexsandro de Ávila, acompanhado do diretor do jornal Página Um News, jornalista Sandro Adriano Carrilho, registrou boletim de ocorrência na 43ª Delegacia Regional de Polícia de Castro. De acordo com o que foi relatado, o caso foi enquadrado como crimes de ameaça, contra a pessoa, contra o patrimônio e disparo de arma de fogo (Lei n 10.826/03).

Não tenho dúvidas que esse crime também é contra a liberdade de imprensa, orquestrado por um grupo político, que impediu que o jornal que trazia um farto conteúdo jornalístico, denunciando a ficha criminal do prefeito Neto, fosse distribuído no distrito do Socavão.

Nota de repúdio

Para Sandro Adriano Carrilho, a ação é inaceitável é deve ser investigada com profundidade. “Não podemos cruzar os braços diante de uma situação de ameaça, intimidação e violência, em que três trabalhadores foram impedidos de exercer sua profissão. Não tenho dúvidas que esse crime também é contra a liberdade de imprensa, orquestrado por um grupo político, que impediu que o jornal que trazia um farto conteúdo jornalístico, denunciando a ficha criminal do prefeito Neto, fosse distribuído no distrito do Socavão. O castrense, as famílias de bem, aqueles que prezam seus lares, não podem ficar a mercê desses marginais. bandidos, vestidos de salvadores. Espero que a polícia aja com rigor, que descubra quem é esse marginal, e quais as pessoas envolvidas por trás desse crime, para que na continuidade seja feita justiça”, disse Carrilho.

O castrense, as famílias de bem, aqueles que prezam seus lares, não podem ficar a mercê desses marginais, bandidos, vestidos de salvadores.

Depoimento

Na manhã de terça-feira (1), o jornaleiro Alexsandro de Avila foi ouvido pelo delegado de polícia Marcondes Alves Ribeiro, titular da 43ª DRP, onde detalhou todo o ocorrido. Inquérito policial será aberto para investigar o caso.

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