Fórum da Pessoa com Deficiência e mobilização nos estacionamento da cidade finalizam ações do Setembro Verde em Castro
Da Assessoria
O III Fórum da Pessoa com Deficiência e a mobilização com cadeiras de rodas no estacionamento na Rua Dr Jorge Xavier da Silva, realizados respectivamente na sexta-feira (22) e no sábado (23), encerraram a programação da semana de ações alusivas ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
Através da mobilização, o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, juntamente com a Secretaria de Assistência Social de Castro, buscou sensibilizar a população sobre a importância de respeitar as vagas de estacionamento destinadas à pessoas com deficiência e pessoas idosas. Durante a ação foram colocadas cadeiras nas vagas de estacionamento comum, com frases de impacto como: “Essa vaga não é sua nem por um segundo!”.
Já o Fórum serviu para debater políticas públicas de inclusão da Pessoa com Deficiência, discutir a metodologia do Emprego Apoiado, que visa à inclusão da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho, sensibilizar a sociedade sobre o capacitismo, e fomentar ações de saúde e bem-estar das pessoas com deficiência e suas famílias.
Para quem enfrenta diariamente os desafios da pessoa com deficiência, como a Ana Luiza de Freitas Vieira, que tem síndrome de down, e para quem luta constantemente pela inclusão, como sua mãe Rita Mara de Freitas Vieira, que também é presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ações como as realizadas durante a semana representam esperança, de mais acessibilidade e equidade.
Rita contou que sua filha cresceu em um ambiente que favorece a inclusão, e que isso lhe proporcionou desenvolvimento e engajamento em diversas atividades, como na igreja frequentada pela família, na possibilidade de frequentar academia e na autonomia para a rotina diária, como para fazer as compras no mercado ou tomar o ônibus sozinha. Mas, como bem lembra a mãe de Maria Luiza, essa não é a realidade de todas as pessoas com deficiência.
“Ao longo dessa semana de atividades intensas, recebemos muito apoio e um retorno positivo da comunidade. Muitas pessoas vieram nos falar da importância das ações e as pessoas envolvidas realmente vestiram a camisa, percebíamos no olhar de cada um, que sabiam porque estavam ali. Mas, muitas pessoas ainda não sabem a importância de existirem vagas exclusivas para pessoas com deficiência e para pessoas idosas, por exemplo, além disso, ainda confundem igualdade e equidade, que está no que a pessoa precisa de adaptação, e, ainda existem grandes dificuldades como as barreiras de atitudes, de falta de informação e na linguagem, muitas vezes muito rebuscada e que dificulta o entendimento de pessoas com deficiência. Nas escolas também há um desafio grande relacionado ao úmero de alunos por sala de aula, e mais as crianças de inclusão, o professores estão sendo muito guerreiros para administrar. Mas a maior dificuldade ainda é quanto a colocação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, porque quando elas ainda são crianças, a família pode acompanhar e apoiar nas atividades, mas quando se veem como adultos, querem autonomia, e a sociedade não está preparada para dar essa autonomia, e, a metodologia de emprego do estado é diferente da metodologia de inclusão, por exemplo”, destacou.
Para Camila Mainardes, que é tia do Theo, que tem transtorno de espectro autista, ações como a realização do Fórum da qual ela participou, são importantes justamente para que crianças como seu sobrinho, se sintam incluídos na sociedade. “Nem todas as pessoas que convivem com o Theo, por exemplo, sabem que ele é autista, e muitas, quando descobrem, acabam olhando para ele com olhar diferente, e isso faz com que a pessoa que têm deficiência, sinta-se excluída. Eventos como esse também ajudam a sociedade a ver que somos todos iguais”, finalizou.