Faltam medicamentos na rede pública e privada do município

Faltam medicamentos na rede pública e privada do município

Luana Dias

A falta de medicamentos vem comprometendo tratamentos médicos de diversos pacientes, e mexendo com a rotina das farmácias, que não enfrentavam uma crise de abastecimento tão severa há muitos anos. O problema da escassez de alguns remédios comuns em diversos tratamentos há meses é uma realidade em praticamente todas as regiões do Brasil. Em Castro não é diferente, e justamente nesta época do ano, a carência maior tem sido de antibióticos, pastilhas para garganta e xaropes. A reportagem conversou com profissionais de diversas farmácias da cidade, e com a secretária municipal de saúde, e todos relataram a mesma situação.

No primeiro estabelecimento consultado, a farmacista entrevistada contou que há aproximadamente um mês não estão conseguindo comprar antibióticos, como a Amoxicilina e Azitromicina. Segundo ela, devido ao frio desta época do ano, há aumento significativo na procura por esses remédios, já que ocorrem muitas inflamações de garganta, por exemplo. Apesar de não terem tido acesso a nenhuma informação contundente sobre o que estaria motivando a falta dos medicamentos no mercado, os profissionais da farmácia vêm ouvindo sobre a possível falta de insumos, vindos de países como a Índia, mas não há confirmação a respeito.

Já na farmácia onde a farmacêutica Josnira dos Santos trabalha o problema é mais antigo, tem de dois a três meses. A escassez maior é dos mesmos antibióticos citados acima, de xarope e dos medicamentos da alinha Crenil – um anti-inflamatório usado para inalação, e que também é muito procurado nesta época do ano. “Quase nenhuma distribuidora está tendo esses remédios, justamente nesta época que tem muitas pessoas resfriadas e com gripe, sofrendo com tosse seca, por exemplo, e não tem xarope pra esse tipo de tosse. Já tínhamos passado por episódios de falta de alguns medicamentos, mas nessa proporção é a primeira vez”, explicou a profissional.

Conforme destacou ela, alguns fornecedores vêm informando que a responsável pela falta dos remédios é a guerra que está ocorrendo na Ucrânia, já que muitos portos estão fechados, travando a logística de insumos que são usados na fabricação dos medicamentos.

O mesmo contratempo vem sendo enfrentado na farmácia onde trabalha a atendente Fabiana Carvalho Gomes. Há cerca de três meses faltam antibióticos, xarope e pastilhas para garganta. “No começo do ano já tivemos uma situação de falta de alguns medicamentos, mas não tinha sido tanto assim”, ressaltou ela, destacando ainda que o abastecimento está sendo mais desafiador para quem compra dos distribuidores. As farmácias que conseguem comprar diretamente da fábrica têm tido mais facilidade, mas também sentem a escassez.

Maria Lidia Kravutschke, secretária de Saúde de Castro, contou à reportagem que a pasta também vem tendo problemas com o abastecimento, sobretudo, de antibióticos, principalmente os infantis, e dipirona. Isso significa que o Sistema Único de Saúde (SUS) também enfrenta a mesma realidade que as farmácias da rede privada.

Redação Página 1

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