Exército se manifesta: Denunciados por estupro não são mais militares
5º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado procurou o jornal para garantir que envolvidos em crimes contra adolescentes não fazem parte do efetivo da Organização Militar.
Emerson Teixeira
Castro – A Comunicação Social do 5º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado procurou a reportagem do Página Um News para se manifestar sobre a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) que envolve três ex-militares e um civil em crimes contra duas adolescentes. O Esquadrão enfatizou que os denunciados não possuem mais qualquer vínculo com a instituição, isentando-se de responsabilidade e de notificação formal.
Em sua nota, que teve como foco o esclarecimento da situação, o 5º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado fez questão de pontuar o desligamento dos envolvidos. “Sobre a notícia dos supostos militares que abusaram gostaríamos de esclarecer”, iniciou a comunicação.
O texto prosseguiu, sendo taxativo quanto ao status dos denunciados: “Sobre o assunto, informo que os denunciados não são mais militares do Exército e não constam do efetivo desta Organização Militar (OM). Motivo pelo qual a OM não foi e não necessita ser notificada”. A instituição reiterou, ao final, que está à disposição para informações complementares.
Denúncia do Ministério Público
O posicionamento do Exército ocorre após o Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Castro, denunciar nesta terça-feira, 14 de outubro, três ex-militares e um quarto homem (civil). Os quatro são acusados de fornecimento de bebidas alcoólicas, estupro de vulnerável, perseguição e ameaça a uma das vítimas adolescentes.
As investigações da Polícia Civil, concluídas no dia 6 de outubro, indicam que os crimes teriam ocorrido entre a noite do dia 2 de março e a madrugada de 3 de março de 2024. Os denunciados teriam oferecido bebidas às adolescentes no Bairro Bela Vista e na região do Tronco.
A denúncia relata que, no interior de uma residência, após as vítimas ficarem “embriagadas e sem condições de esboçar reação”, um dos ex-militares teria praticado atos libidinosos diversos da conjunção carnal com as duas. Outro ex-militar é acusado de ter estuprado uma das vítimas.
Ainda de acordo com o MPPR, após o início das investigações, uma das adolescentes passou a ser vítima de perseguição e ameaça. Entre os meses de maio e junho, os três ex-militares tentaram intimidá-la e retaliá-la. O civil, quarto acusado, também teria participado da ameaça ao enviar a imagem de um revólver por mensagem de celular para a vítima. Por conta desses fatos, o MPPR solicitou e conseguiu o deferimento de medidas protetivas de urgência para a adolescente, baseadas na Lei 14.344/22 (Lei Henry Borel).
O processo judicial tramita sob segredo de justiça devido à natureza dos crimes e ao envolvimento de menores.