Matheus de Lara
A tradicional festa do Carnaval acontece nesta terça-feira (21), e Castro já foi destaque, com seus desfiles de fantasias, escolas de samba, até o ano de 2000. Em todo país as comemorações mais conhecidas são a dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com as apresentações das escolas de samba, na Bahia com seus trios elétricos, além do Galo da Madrugada, de Recife (PE) e dos bonecos gigantes de Olinda (PE). Na região tem o carnaval de Ponta Grossa e em algumas cidades do litoral paranaense, além dos blocos.
Em Castro, o último carnaval aconteceu na gestão do prefeito Claudioni Braga, que na época era organizado pelo empresário Izidro Guedes. Em 2000, quando o Izidro realizou seu último carnaval, disse que as ruas estavam lotadas de pessoas para acompanhar as escolas de sambas, como a do Unidos do Morro e dos Gerais. Mais tarde os clubes recebiam as bandas que tocavam as marchas, os sambas e os frevos.
O empresário lembra que em seu último carnaval o pré-carnaval reuniu 20 mil pessoas, e no início de março do mesmo ano, o evento foi um sucesso. Durante os desfiles, Izidro comenta que as escolas tinham sua bateria, seus carros alegóricos e seus devidos personagens que animavam o público. As escolas também ganhavam nota, que dias depois era conhecida a grande campeã. “A competição era mais no desfile, mas ninguém se preocupava, e na época eu criei um regulamento do carnaval. As pessoas que desfilaram não se esquentavam muito com a nota e música, ou seja, quando eu organizava o evento, tinha como, por exemplo, o melhor carro alegórico, a melhor dançarina, mestre sala, entre outros quesitos”, disse Izidro Guedes.
Cada escola desfilava por duas vezes. Izidro conta que cada uma saia quase perto do quartel, seguia pela rua Quinze de Novembro, quando passava pela Praça Manoel Ribas, após acessava rua General Câmara (antiga Câmara Municipal), depois passava pela rua lateral da Igreja Matriz de Sant’Ana passando novamente pela praça, depois virava na rua Maestro Benedito Pereira, e após retornava para sua segunda volta, no qual tinha a sua segunda avaliação. “No último carnaval que realizei também coloquei um trio elétrico de Piraí do Sul para animar ainda mais o público, e quando parou na praça, as pessoas ficavam até horas da madrugada pulando e curtindo o carnaval”.
As roupas utilizadas pelas escolas eram de escolas de sambas como as do Rio de Janeiro. “Termina um desfile, e principalmente de terça-feira, a hora que saia do sambódromo (antes não tinha), as pessoas tiravam as fantasias e jogavam na rua, a gente esperava e colocava tudo no caminhão. Uma vez veio para Castro quatro caminhões carregados, e quando foi reformado tudo, o carnaval foi um sucesso. Também trouxe quatro pandeiros profissionais, só porque tinha rasgado uma parte”, lembra.
Para Izidro o carnaval precisa ser pensado como um todo por quem está organizando. “Não pode pensar somente no carnaval, porque vem turistas que ficam em hotéis e para casas de famílias, ou seja, se tiver um carnaval com nome, pelo menor que for, você segura um grande números de pessoas e assim o carnaval distribui renda, os clubes começam a ser preparar melhor. Muitos artistas, como a Regina Duarte, participavam do nosso carnaval”.
Em relação ao motivo do Carnaval não ser mais realizado, Izidro explica que faltam pessoas que gostem do evento e que queiram trabalhar sem dinheiro. Ele concluiu que o carnaval ‘temporão’, realizado durante um fim de semana do mês de janeiro, era fantástico, porque servia para animar o folião que começava a se preparar para a chegada do carnaval.
Fotos: Reprodução / Canal Izidro Guedes

