EM CASTRO – Após 16 anos, Tribunal de Justiça do Paraná determina a prisão imediata de Tomio Ueno pela morte de Flávio Zanon
Considerado foragido da Justiça, Fábio Tomio Ueno deverá cumprir 14 anos de prisão em regime fechado
Da Redação
Castro – O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), através da 1ª Vara Criminal, determinou a imediata prisão de Fabio Tomio Ueno, condenado pelo homicídio de Flávio Gil Zanon, ocorrido em abril de 2009, em Castro. A decisão foi proferida no dia 18 de março, após longo processo judicial que se estendeu por 16 anos.
O mandado de prisão foi expedido em conformidade com o Conselho de Sentença, após o TJ-PR julgar improcedente a apelação dos advogados de Tomio. A apelação, apresentada pela defesa, questionava a validade do julgamento, alegando nulidades no Tribunal do Júri, por conta do desmaio de uma testemunha durante o julgamento e o indeferimento do pedido de exumação do corpo da vítima. Além disso, os advogados do réu argumentaram que a decisão contrariava as provas dos autos e pleitearam a redução da pena com base na confissão espontânea de Ueno. O Tribunal, no entanto, manteve a condenação por homicídio qualificado, reconhecendo as qualificadoras de motivo fútil e dissimulação, mas decidiu reduzir a pena em razão da compensação entre a agravante da dissimulação e a atenuante da confissão qualificada.
O advogado de acusação, Luis Carlos Simionato Junior, explicou que o Tribunal de Justiça do Paraná rejeitou as alegações de nulidade e manteve a condenação, mas reduziu a pena para 14 anos.

Simionato esclarece que a decisão final foi publicada no dia 17 de março de 2025, mas até o momento, Fabio Tomio Ueno não foi localizado pelas autoridades. Com o novo mandado de prisão expedido, a polícia intensifica as buscas pelo condenado que agora é considerado foragido.
“São quase 16 anos de processo em que a justiça demonstrou que não deixa impune quem entra na residência de uma pessoa e disfere um tiro na cabeça dela, ele foi condenado por homicídio qualificado. Tenho muito orgulho de ter participado desse processo como assistente acusação e nunca houve qualquer tipo de situação que permitisse ou fizesse alguma exclusão desta atitude deste réu, agora não mais réu, e sim sentenciado, espero que ele tenha a hombridade de se entregar a Justiça pra dar início ao cumprimento da pena. Infelizmente era muito normal antigamente demorarem tanto para resolver um processo, liquidar com um processo desse, de Tribunal de júri, hoje a situação é muito mais rápido”, disse o advogado.
Crime e o julgamento
O homicídio de Flávio Gil Zanon ocorreu em 7 de abril de 2009, em Castro, por volta das 23 horas. Segundo a denúncia do Ministério Público, Fábio Tomio Ueno teria ido à casa da vítima, armado, motivado por vingança – dias antes, o irmão de Fábio Tomio, Oswaldo Toshio Ueno, havia sido agredido por seguranças que trabalhavam para Zanon. Ao chegar a casa de Zanon, Tomio teria afirmado que desejava conversar, mas, aproveitando-se da confiança da vítima, sacou um revólver e atirou contra a sua cabeça. Flávio Gil Zanon morreu três dias depois, em 10 de abril de 2009.
O caso foi a julgamento apenas em agosto de 2018, nove anos após o crime, no Tribunal do Júri da Comarca de Ponta Grossa. Os jurados acolheram a tese do Ministério Público, que sustentava a qualificadora do motivo fútil e da dissimulação, condenando o réu, na ocasião, a 15 anos e 2 meses de reclusão.
Efeitos do crime
Na decisão, o Tribunal destacou as consequências da morte de Flávio Gil Zanon para sua família. A vítima era o principal provedor do lar e deixou uma filha adolescente, que, segundo consta nos autos, desenvolveu síndrome do pânico após o assassinato do pai. A viúva também enfrenta problemas psicológicos e ficou em estado de depressão profunda.