Doutorando da UEPG realiza projeto de atendimento a comunidades quilombolas

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Da Assessoria

A pesquisa e a prática profissional andaram de mãos dadas nos últimos anos para Giovanni Kalempa Panazzolo. Com o objetivo de pesquisar a presença de zoonoses na região, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) visitou comunidades quilombolas de Castro. A pesquisa, que envolveu atendimento aos moradores, já foi qualificada no final de 2023 e está em processo de finalização da tese.

Zoonoses são doenças transmitidas de animais para humanos ou vice-versa. Para que a pesquisa acontecesse, Giovanni precisou coletar amostras de sangue e de solo; identificar presença de anticorpos para algumas doenças; e verificar a necessidade de intervenção ou programas de educação, com foco na sustentabilidade e melhoraria da qualidade de vida dos moradores. Tudo começou em outubro de 2021, quando o doutorando teve contato com líderes quilombolas de Castro. “Depois, agendamos o reconhecimento das comunidades, conhecemos os moradores, apresentei a intenção de pesquisa e as ações que seriam realizadas. Posteriormente, agendamos as coletas das amostras e as devolutivas dos resultados”, explica. O trabalho contou com ajuda dos colegas do Programa e de profissionais do Hospital Universitário (HU-UEPG).

As coletas deram resultado. “Encontramos a incidência de anticorpos contra toxocaras, o que demonstra que a população esteve exposta a Migrans (conhecidos como bichos geográficos)”. Com os dados, o doutorando irá fornecer às comunidades um quadro de riscos associados à possível superexposição a zoonoses, para diminuir os riscos de doenças.

Experiência de pesquisa

O Paraná tem 7113 pessoas quilombolas, segundo os dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessas, 533 moram em Castro, divididas nas localidades de Serra do Apon, Limitão, Mamãs e Tronco. “Tivemos todo o cuidado para aprovar a pesquisa dentro dos princípios éticos e metodológicos, com aval da Comissão de Ética no Uso de Animais da UEPG, e seguindo a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para fins Científicos e Didáticos”, ressalva Giovanni.

A experiência de saúde única foi marcante no decorrer da pesquisa, para ele. “O trabalho contou com a integração de diversos profissionais de saúde, tivemos contato com os moradores e a história deles, que é repleta de união e muito trabalho. A Universidade conseguiu, mais uma vez, tocar as populações nas suas dificuldades regionalizadas. Fico feliz que os resultados  podem trazer práticas sanitárias para melhoria da população quilombola”, finaliza.

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