Castro sedia workshop que marca nova fase do ecossistema de inovação local

Evento promovido pelo Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação, Sebrae e Ecossistemas de Inovação acontece nesta quarta-feira (18) no Centro Cultural Castrolanda

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Emerson Teixeira

Castro – A cidade recebe nesta quarta-feira (18), a partir das 8 horas, no Centro Cultural Castrolanda, o Workshop #1 – Onde Estamos, primeiro de uma série de encontros que marcam um novo ciclo para o ecossistema de inovação do município. Promovido pelo Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação, Sebrae e Ecossistemas de Inovação, o evento é uma das etapas do programa de aceleração do Sebrae Nacional, para o qual Castro foi recentemente selecionado entre apenas dez fóruns de todo o país.

A iniciativa tem como foco a articulação de políticas públicas voltadas à ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de transformar vocações locais em soluções empreendedoras de impacto regional. Castro, considerada a capital nacional do leite, passou a integrar um grupo seleto de 42 ecossistemas do Paraná e 230 do Brasil que utilizam a metodologia ELI (Ecossistemas Locais de Inovação), com o objetivo de identificar gargalos, potencializar conexões e desenvolver projetos estratégicos com base nas características de cada território.

Para Valdivino Mariano, um dos diretores do Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação, a escolha do município é motivo de celebração. “Castro ser escolhida entre todos os fóruns — eles escolheram 10 no Brasil — é um privilégio muito grande, porque foi uma escolha em nível nacional. O governo do Estado já voltou os olhos para Castro, inclusive com o lançamento do Parque Tecnológico, que é o que a gente sempre buscou dentro do fórum”, afirma.

O evento desta quarta será conduzido por representantes do Sebrae e marca o início de uma jornada de mentorias e oficinas que se estenderá até setembro. Ao final, será apresentado um projeto local de inovação, alinhado a desafios reais do território. “Desde o início de 2023, o fórum já criou corpo. Temos hoje mais de 50 entidades ligadas a nós, que viram na proposta uma oportunidade de crescimento da cidade”, explica Mariano.

Entre os atores que compõem o ecossistema estão a Cooperativa Castrolanda, Fundação ABC, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), OAB, Associação Comercial, além da prefeitura e de empresas privadas. Um dos exemplos mais concretos da mobilização do grupo foi a cessão de um espaço na área do Agroleite para implantação do futuro Parque Tecnológico, em parceria com o governo estadual.

“O parque vai servir para desenvolver tecnologias dentro da cidade e reter talentos. Vamos ter startups voltadas ao agronegócio, principalmente ao setor leiteiro, que já é altamente tecnificado. Existe uma grande expectativa de que o parque seja um catalisador de soluções inovadoras para toda a região”, diz Mariano.

Marco legal

O fortalecimento do ecossistema também passa por ações estruturantes no campo legal. O Fórum elaborou, com apoio do Sebrae e do setor jurídico da prefeitura, o texto de uma nova Lei Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, que está em tramitação e deve ser enviada à Câmara Municipal nos próximos meses.

“Quando estava em campanha, o prefeito Dr. Reinaldo deu 100% de apoio para a criação da lei, porque até então Castro não tinha uma legislação específica. Adaptamos modelos de cidades mais desenvolvidas nessa área à nossa realidade”, explica o diretor. A proposta prevê, inclusive, a criação da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, já instalada e atualmente comandada por Marcos Barbosa.

Outra proposta em estudo é a criação da Lei de Startups, que vai regulamentar e incentivar o surgimento de negócios de base tecnológica. Um vereador já está mobilizado para levar o projeto adiante. “Temos um ambiente político e institucional favorável. Isso faz toda a diferença”, pontua.

Mobilização apartidária

Apesar do apoio público, o Fórum nasceu na iniciativa privada e se mantém apartidário. “A gente não defende um governo ou outro. O Fórum foi criado por pessoas e entidades com o propósito de fazer Castro crescer. Com o tempo, o poder público viu que isso poderia ser algo grande para a cidade e se juntou a nós”, relata Mariano.

Segundo ele, a mudança de percepção de entidades locais, como a própria Castrolanda, foi decisiva. “Quando começamos, a Castrolanda não dava muita bola para o projeto. Mas depois de visitas técnicas a Piracicaba, por exemplo, onde eles viram os resultados do parque tecnológico de lá, passaram a apoiar com força. Hoje, lideranças como Franz Borg e Willem estão conosco, assim como a Fundação ABC”, conta.

A expectativa é que, com o apoio do Sebrae Nacional e de lideranças locais, o Fórum possa apresentar seu projeto no ELI Summit 2025, em Natal (RN), que reunirá especialistas de todo o país. “O Sebrae criou um núcleo só para cuidar do nosso fórum. O crescimento agora vai ser muito mais próximo e estruturado, porque temos ao nosso lado pessoas que já trilharam esse caminho”, finaliza Mariano.

 

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