Castro mantém médias de evasão escolar iguais as de antes da pandemia

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Luana Dias

Com a nova resolução (nº 860/2021) da Secretaria de Estado da Saúde, publicada na quinta-feira (23), alunos dos 17 colégios estaduais de Castro, assim como de colégios das demais cidades paranaenses e que ainda estavam tendo aulas por meio de plataformas digitais, agora voltam para as salas de aula e passam a ter aulas integralmente presenciais. As aulas on-line agora serão reservadas apenas para alunos com comorbidade ou para os casos em que há determinação médica específica, assim como para os estudantes que necessitam ficar isolados ou em quarentena, após apresentarem sintomas ou testarem positivo para Covid-19.

O sistema híbrido, ou seja, aquele em que durante uma semana um grupo de alunos frequenta a escola e outro estuda em casa, intercalando a frequência entre os grupos, será mantido em escolas onde a medida se faz necessária para que o distanciamento entre os estudantes em sala de aula seja mantido. Considerando que em todos os colégios do estado, a distância mínima entre alunos durante as aulas deve ser de no mínimo um metro, dentro e fora da sala de aula.

Evasão escolar

A nova resolução determina a volta de todos os alunos, sem comorbidades e sem sintomas de Covid à sala de aula, no entanto, a pandemia do coronavírus foi responsável por aumentar as médias da chamada evasão escolar, em diversas cidades paranaenses.

Em Castro, porém, segundo relatos de professores ouvidos pela reportagem, o número de alunos que abandonou os estudos este ano está dentro da média registrada em anos anteriores à pandemia. Mesmo com as dificuldades que o ensino remoto implicou, tanto para educadores como para os alunos, a grande maioria dos estudantes voltou para as salas de aula, já em maio deste ano, com a reabertura gradual das escolas estaduais e volta as aulas em modelo híbrido.

No Colégio Estadual São Sebastião do Maracanã, por exemplo, apenas um aluno, já maior de idade, abandonou os estudos neste ano. O diretor de outro colégio, ao ser entrevistado, explicou que quando as aulas presenciais retornaram foi necessário ir em busca dos alunos faltosos, com apoio de órgãos municipais. O esforço valeu a pena, hoje a unidade não registra evasão escolar em nenhuma das turmas.

No Colégio Estadual do Campo Professora Fabiana Pimentel a média também se manteve igual à dos anos anteriores. De acordo com a pedagoga Joseli Alves Ferreira, até o momento nenhuma desistência de aluno está relacionada diretamente às consequências da pandemia. A grande maioria dos alunos que evadiu-se da escola, trocou os estudos pelo mercado de trabalho. “Temos casos de alunos que foram embora para outras cidades e de alguns que não voltaram esse ano, mas não é por conta da pandemia, são alunos maiores de idade que conseguiram trabalho, e acabaram tendo que parar de estudar, mas essa já é a nossa realidade. É uma pena, mas acontece, sempre que chega ao ensino médio e tem oportunidade de trabalho, o estudante desiste dos estudos para trabalhar”, destacou.

A reportagem ouviu profissionais de educação que trabalham tanto na zona urbana como no interior do município. A realidade, conforme as narrativas, parece semelhante: a pandemia dificultou o acesso, e colocou alunos em diferentes níveis de aprendizado, sobretudo, ao longo do período em que as aulas foram realizadas todas de forma digital, ou por meio de materiais com os quais os alunos estudavam em casa, assim como impôs novos desafios aos educadores, mas, aos poucos a grande maioria dos alunos retorna para o ambiente escolar. Uma das professoras ouvidas pela reportagem explicou que o que está fazendo a diferença neste caso, é o esforço e o comprometimento dos professores, que conhecem a realidade de seus alunos, e que buscam contribuir com o processo de trazê-los de volta para a sala de aula.

A reportagem também tentou falar com a chefe do Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa sobre o tema, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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