(Assista aos vídeos) Castrense é sepultado com honras militares na Ucrânia 12 dias após ser morto em combate

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Da Redação

Com honras militares, que incluíram as bandeiras do Brasil e da Ucrânia sobre o caixão, e salva de três tiros, foi sepultado na quarta-feira (17) o corpo do castrense Murilo Lopes Santos, 26 anos, brasileiro que servia ao exército da Ucrânia contra a invasão Russa. As imagens foram fornecidas por outro brasileiro, Guilherme, amigo de Murilo, ferido na mesma missão em que foram surpreendidos quando se protegiam em um bunker.
Guilherme havia se comprometido a informar a mãe de Murilo, Rosangela Pavin Santos, quando ocorresse o sepultamento, inclusive que faria vídeo chamada da cerimônia fúnebre, para que a família desse o último adeus.
Desde a morte em combate do castrense, nas primeiras horas de sexta-feira (5), em Kremica, essas foram as únicas imagens fornecidas, autorizadas pelo exército ucraniano. A de um cortejo levando o caixão com o corpo de Murilo, ao som fúnebre cantado em ucraniano. Durante o trajeto, bandeira da Ucrânia abrindo caminho e logo após o caixão, a do Brasil, dobrada, sendo levada por um militar. Até a parada para as homenagens, foi possível observar dezenas de covas rasas com coroas de flores sobre elas, muitas bandeiras, algumas das nacionalidades dos mortos.
Sobre o caixão de Murilo, primeiro foi aberta a bandeira da Ucrânia e logo após a do Brasil, em meio a salva de três tiros. O velório prosseguiu, com o corpo sendo sepultado, junto a outros centenas de mortos.
Como era a intenção de Murilo permanecer na Ucrânia, após o fim da guerra, por amar aquele país, Rosangela entendeu que o melhor a ser feito é que o corpo do filho fosse sepultado em solo ucraniano.

Sérgio Moro se manifesta
Na semana após a morte de Murilo, o senador da República pelo Paraná, Sérgio Moro, criticou a posição tímida e omissa do Brasil em relação a agressão que a Rússia faz com a Ucrânia, chamando de crime de guerra. Moro aderiu ao repúdio e registrou a morte do castrense. “Morreu em combate um valente paranaense, nascido em Castro, que foi lutar na guerra da Ucrânia como voluntário, estava lá há dois anos, e faleceu em combate. Tenho certeza que foi, entre os motivos que o levaram a esse ato de exposição de sua própria vida, o desejo de não só proteger a Ucrânia, mas o mundo livre contra essa agressão famigerada do ditador russo contra um país que tem o direito a sua soberania. Esse rapaz fez muito mais pela Ucrânia, do que o Brasil em dois anos, desde que começou essa guerra”, concluiu o senador.

Missa
Para lembrar a memória de Murilo que viveu boa parte de sua vida em Castro, além de Arapoti, missa de Sétimo Dia foi celebrada na Matriz de Sant’ Ana, na noite de quinta-feira (11). Após a celebração, muitos amigos, alguns desconhecidos até da própria família, fizeram questão de manifestar o carinho pela morte do filho castrense, abraçando a mãe Rosangela e a família de forma geral.

Desejo
Murilo se alistou voluntariamente e chegou à Ucrânia no dia 3 de novembro de 2022, motivado pelo desejo de lutar ao lado das forças ucranianas contra a invasão russa. O conflito, que começou em 24 de fevereiro de 2022, continua sem previsão de término, com ataques intensos por terra, ar e mar.
Apesar de sempre ter sido contra a decisão do filho, Rosangela disse que não conseguiu impedir sua ida para aquele país, pois acreditava que a escolha refletia a essência dele.
Murilo deixa o pai Neiton, a mãe Rosangela, irmã Yasmin – 10 anos -, além de avós, amigos e muita saudade.

Acesse no link abaixo o pronunciamento do senador Sérgio moro:

https://www.instagram.com/reel/C9QND_WPSp4/?igsh=amZqM3FndTk3ZzZu

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