Vendas do comércio físico caíram 12% em relação a 2019
Matheus de Lara
Os serviços e as vendas, principalmente de Natal em 2020, foram prejudicados pela pandemia do coronavírus. Todos os setores do comércio físico foram prejudicados, especialmente as lojas que perderam espaço para o on-line.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas pela internet atingiram R$ 21,7 bilhões, alta de 54% em relação a 2019.
Em entrevista a reportagem do Página Um News, o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, disse que a expectativa por parte dos comerciantes foi esperada. “Foi confirmada essa queda de vendas, perdemos nos setores de vestuários, calçados, onde as pessoas tinham receio de sair de suas casas. Tivemos a felicidade das vendas on-line que deram um reforço esse ano, crescendo mais de 30%, motivadas pelas redes sociais e e-mails, mas, mesmo assim, foi um ano ruim. Terminamos com queda de 12% nas vendas do comércio”.
De acordo com o Índice Cielo do Varejo Amplicado (ICVA), as vendas de Natal no varejo, em lojas físicas e virtuais em todo país, apresentou queda de 1,8%. Na região Sul, as vendas caíram 0,8%. Camilo aponta que “no Paraná os setores de calçados e vestuários caiu em torno de 15% e, em compensação móveis e decoração subiram 35%. Já a construção civil extrapolou mais de 30%. Por conta da pandemia perdemos muito em serviços”.
Para o presidente a queda nas vendas foi a falta de confiança, que fez penalizar o comércio. “Confiança nas decisões do governo, nas mensagens; essa política toda de ouvir que o vírus vai aumentar, que a curva vai subir, desencontros de informações, causou pânico e gerou um desconforto muito grande. Com isso ninguém investe, o consumidor não gasta porque não sabe o dia de amanhã, e isso atrapalhou muito”, descreve Camilo.
Em Castro
A gerente Camila Bavoso, do setor de cosméticos e perfumaria da cidade de Castro, disse que as vendas, especialmente no Natal, houve crescimento. “Mesmo com toda a crise da pandemia, não afetou as nossas vendas. Conseguimos ter um crescimento de 3% em 2020 no período do Natal”. Para o vendedor de uma rede de móveis e eletro, Valdomiro Gonçalves, as vendas foram excelentes. “Conseguimos fechar a meta, mas o consumidor pesquisou, e tivemos que ter bastante vantagem como a pronta entrega e qualidade. A pandemia não prejudicou, mas dificultou devido aos cuidados que cada um teve que tomar”, analisa.
Queima de estoque
Algumas lojas prepararam nessa primeira semana do ano até domingo (10), a queima de estoque do Natal com até 80% de desconto. Os empresários incentivaram o consumo, para que os clientes adquiram a melhor possibilidade de preços em determinados produtos. Por conta da Covid-19 que prejudicou alguns setores, a procura, agora, deve ser grande tanto na loja física como na on-line.
