Gritos homofóbicos são registrados em empate entre Operário e CRB no Germano Krüger

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Da Redação

Ponta Grossa – O Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, foi palco de um duelo agitado entre Operário Ferroviário e CRB, válido pela Série B do Campeonato Brasileiro. O empate em 1 a 1 na noite de quinta-feira (17) refletiu o equilíbrio em campo, mas o que realmente marcou a partida foi um episódio de homofobia vindo das arquibancadas.

O jogo começou com dois minutos de atraso, após o CRB demorar para cumprir o protocolo de entrada em campo. Logo aos primeiros segundos de bola rolando, Thiaguinho aproveitou vacilo da defesa alvinegra e colocou os alagoanos na frente. O Fantasma respondeu com intensidade: Rodrigo Rodrigues quase empatou aos 11 minutos, acertando o travessão. O gol de igualdade veio na sequência, com Índio completando de cabeça uma cobrança de escanteio de Boschilia.

O que prometia ser um confronto dinâmico, porém, perdeu ritmo no segundo tempo, principalmente após as expulsões de Fábio Alemão (CRB) e Ademilson (Operário), que esvaziaram as ações ofensivas de ambos os lados. Com o resultado, o Operário chegou aos 19 pontos e caiu para a 14ª colocação — um ponto apenas acima da zona de rebaixamento, enquanto o CRB, com 22 pontos, permanece em posição intermediária.

Mas foi fora das quatro linhas que surgiu o episódio mais preocupante da noite. Aos 46 minutos da primeira etapa, torcedores do Operário dirigiram xingamentos homofóbicos à equipe de arbitragem, com frases como “seus bichas, vão sentar na bandeira e na bateria”, conforme registrado em súmula. A situação exigiu intervenção: o delegado da partida acionou o sistema de som do estádio para pedir o fim das manifestações discriminatórias, que cessaram logo em seguida.

O autor dos insultos foi identificado e retirado do estádio ainda durante o jogo. A Polícia Militar foi acionada e conduziu o indivíduo para as devidas providências legais. As autoridades ainda não divulgaram maiores detalhes do caso.

Em nota oficial divulgada após a partida, o Operário Ferroviário repudiou veementemente o episódio. “Reiteramos que não compactuamos, toleramos ou aceitamos qualquer tipo de comentário ou atitude homofóbica. O respeito à diversidade, à dignidade humana e à igualdade é um princípio que norteia a história e a conduta do nosso clube.”

O clube também reforçou seu compromisso com campanhas educativas em prol da inclusão e do respeito no futebol.

A arbitragem ficou sob responsabilidade de Emerson Ricardo de Almeida Andrade (BA), auxiliado por Luanderson Lima dos Santos (BA) e Daniella Coutinho Pinto (BA). O VAR esteve a cargo de Vinicius Furlan (SP), com Matheus Bortolini (PR) como quarto árbitro.

Com a rodada ainda em andamento, o Operário pode ver sua situação se agravar na tabela, dependendo do desempenho de rivais diretos como Ituano, Brusque e ABC.

foto: André Johnson/Ofec

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