O que poderia ter sido apenas uma festa de aniversário tornou-se símbolo de superação. A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Castro, celebra duas décadas de fundação em meio a um dos maiores desafios de sua história: reconstruir a igreja que, erguida há apenas dois anos, teve o telhado destruído pelo violento temporal de granizo que atingiu a cidade em agosto. Estima-se que a obra demandará cerca de R$ 1 milhão, valor que agora mobiliza não só a comunidade paroquial, mas toda a região.
O contraste entre o desabamento e a fé inabalável foi visível já na primeira celebração após o desastre. A missa a céu aberto, realizada diante das paredes que resistiram à tempestade, não foi apenas um improviso; foi um testemunho de esperança e resiliência. Ali, os fiéis mostraram que a igreja é feita, sobretudo, de pessoas unidas em oração e solidariedade — e não apenas de concreto e telhas.
Essa união se traduziu em ações concretas. O mutirão de voluntários que limpou os escombros, enquanto outros rezavam em adoração, sintetiza a força de uma comunidade que ora e trabalha lado a lado. O apoio da Diocese de Ponta Grossa, que convocou todos os fiéis a contribuírem, amplia essa rede de solidariedade e demonstra que a tragédia não pertence apenas a Castro, mas a toda a região que compartilha da mesma fé.
Se a tempestade derrubou um teto, também revelou uma certeza: a fé, quando compartilhada, se torna ainda mais forte. A reconstrução da Paróquia do Perpétuo Socorro será fruto de doações, coletas e trabalho coletivo, mas, acima de tudo, será a materialização daquilo que sustenta a Igreja desde seus primórdios — a união dos fiéis em torno da esperança.
Mais do que restaurar paredes, a comunidade de Castro tem a chance de erguer um símbolo ainda mais duradouro: a prova de que nenhuma força da natureza é capaz de abalar uma fé que se manifesta em ação, compromisso e solidariedade. O templo será reconstruído, mas a maior obra já está em andamento: a fortaleza espiritual de um povo que não se deixa abater.