EDITORIAL: UM GRITO QUE NÃO PODE SER IGNORADO

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A recente prisão de um profissional da educação em Castro, acusado de estupro de vulnerável, lança luz sobre uma das feridas mais profundas da nossa sociedade: o abuso sexual de crianças e adolescentes, especialmente quando cometido por quem deveria protegê-los. O caso, que envolve uma menina de apenas 10 anos, veio à tona não por acaso, mas graças a uma ação de prevenção e conscientização — a campanha Maio Laranja.
Foi durante uma palestra promovida dentro da escola, como parte das atividades do Maio Laranja, que a vítima encontrou espaço e segurança para relatar o que vinha sofrendo. A coragem dessa criança, somada ao trabalho sério dos profissionais envolvidos, mostra como ações educativas podem romper silêncios que muitas vezes duram anos. A campanha, que tem como objetivo combater a exploração e o abuso sexual infantojuvenil, cumpriu um de seus papéis mais importantes: permitir que a verdade seja dita e que providências sejam tomadas.
As investigações conduzidas pela Polícia Civil do Paraná, por meio da delegacia local, revelaram que o suspeito, de 64 anos, teria se aproveitado de sua posição na instituição de ensino para praticar os atos. A resposta veio com o afastamento imediato do servidor, a abertura de processo disciplinar e, agora, a prisão preventiva — medidas necessárias, mas que só fazem sentido se acompanhadas de uma transformação mais ampla.
Não podemos aceitar que ambientes destinados à formação e ao acolhimento sejam também palco de abusos. É preciso fortalecer as políticas públicas de proteção à infância, investir em capacitação de professores e gestores, e, principalmente, abrir canais permanentes de escuta dentro das escolas.

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