Tecnologia da Informação – setor em expansão sofre com escassez de mão de obra

Tecnologia da Informação – setor em expansão sofre com escassez de mão de obra

Luana Dias

Um dos setores que mais cresce no Brasil, a atividade de informação e comunicação, que abriga o setor de TI, também e consequentemente, precisa cada vez mais de profissionais qualificados. A dificuldade para preencher as vagas abertas na área estão cada vez mais evidentes, e em geral, representam obstáculo no progresso das empresas.

A gerente de RH Silvia Ferraz Ribeiro explica que o número de vagas sempre foi maior que o de profissionais, e, a pandemia do coronavírus teria aumentado ainda mais esse desequilíbrio. “Na área de tecnologia sempre teve mais oportunidades no mercado, com dificuldade de encontrar profissionais aptos à função”, destacou.

Segundo ela, a área de desenvolvimento é onde existe o maior déficit. “É uma função bem específica. A formação desses profissionais e especialistas não acompanhou a evolução atual do mercado no mundo da tecnologia. Se torna cada vez mais uma função com poucos profissionais disponíveis, há uma grande carência de mão de obra capacitada na área”.

Na empresa castrense de soluções em tecnologia onde a Carol Rodrigues é gerente, a dificuldade maior é na contratação de técnicos de rede e técnicos de infraestrutura, para a área de suporte. Em geral, falta mão de obra qualificada, conforme explica a profissional. “Temos dificuldade para encontrar pessoas qualidades, porque além do conhecimento técnico, essa atividade também exige certo esforço físico para trabalhar com a infraestrutura”, ressalta.

A dificuldade que a Carol enfrenta e que foi relatada pela gerente Silvia, é também a realidade de diversas outras empresas, em todas as regiões do país. O déficit de profissionais qualificados para a área da Tecnologia da Informação está evidenciada inclusive nas pesquisas de demanda. Segundo relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a área irá precisar de cerca de 420 mil profissionais até no ano de 2024, porém, o Brasil forma só aproximadamente 46 mil profissionais por ano para esse setor.

A solução para lidar com essa escassez de mão de obra tem sido investir na qualificação dos trabalhadores dentro da própria empresa. Estudos mostram que essa prática se tornou uma tendência entre os contratantes. No caso da empresa onde Carol trabalha, a dinâmica não só vem funcionando bem, como também reduziu a rotatividade de colaboradores. “Hoje preparamos os profissionais aqui mesmo. Primeiro selecionamos as pessoas pelo currículo, e depois as treinamentos e capacitamos com a equipe que já tem experiência. Fazem cerca de cinco anos que começamos a trabalhar dessa forma, e atualmente eu tenho profissionais que já trabalham conosco na área há mais de três anos, ou seja, já não temos mais grande rotatividade”, explica a gerente.

Além do conhecimento técnico

De acordo com a gerente de RH Silvia Ferraz Ribeiro, a pandemia também contribuiu para com transformações positivas no setor. “Muitas empresas automatizaram e revolucionaram o formato de atendimento perante seus clientes, dessa forma, com a grande procura desses serviços, aumentou também a quantidade de oportunidades, revelando ainda mais o cenário de dificuldade para encontrar profissional preparado para ocupar as vagas”, explicou.

Segundo a entrevistada, assim como nas demais áreas, além do conhecimento técnico, para preencher as muitas vagas existentes no setor, é preciso atender a requisitos básicos, e a algumas exigências específicas. “Antes de tudo a pessoa tem que ser bem proativa e ter vontade de crescer. O profissional tem que ter a formação, em desenvolvimento de sistema ou programação, por exemplo, e ter perfil, principalmente, bem curioso, para aprender novas linguagens de programação, além de estar atualizado perante o mercado”, finalizou.

Redação Página 1

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