Luana Dias
Um crime recorrente e que demonstra total desrespeito com pessoas que já faleceram e com seus familiares, ainda fica impune na maioria das ocorrências. Trata-se do furto de placas de metal, peças de alumínio, bronze, e de outros objetos de túmulos, e de atos de vandalismo praticados nos jazigos – episódios registrados com frequência em cemitérios de muitas cidades.
Recentemente uma família passou por essa situação, em Ponta Grossa. Quando chegou para sepultar o esposo, a advogada Lia Mara Szezech Fagundes se deparou com cenas revoltantes. Os criminosos haviam roubado pequenas estruturas de bronze que ficavam em volta das fotos de seus familiares, em seus jazigos. Além disso, as fotos tinham sido quebradas e os pedaços ficaram espalhados sobre o túmulos. Também chamou a atenção da família o fato de outros jazigos, em volta, terem sido alvo de roubo e de vandalismo, inclusive, com os puxadores de gaveta roubados, vidros quebrados, além de outros danos.
Lia Mara contou à reportagem que essa não foi a primeira vez que os jazigos de sua família foram alvo desse tipo de crime. “No mês de Finados de 2019 nós levamos vasos com flores nos túmulos de alguns familiares e, passados alguns meses eu voltei ao cemitério para visitar um desses túmulos, e os vasos tinham sumido, algumas flores tinham sido deixadas, mas os vasos não estavam mais lá, nenhum deles, e é o tipo de situação que a gente percebe que ocorre em muitos jazigos”, descreveu a advogada.
A entrevistada lamentou a situação, e afirmou que os cemitérios da cidade parecem largados. Segundo ela, mesmo durante o dia, quando há funcionário público no local, pessoas usam estes espaços para praticar atos ilícitos, além disso, durante a noite não há fiscalização nos cemitérios.
A reportagem procurou pela assessoria da prefeitura de Ponta Grossa, por meio da qual recebeu a seguinte informação. Existe um Departamento Funerário responsável pela manutenção nos cemitérios municipais, porém, casos de vandalismo em qualquer área da cidade dependem da ação da Guarda Municipal. “A abordagem pode ser através de flagrante em patrulhamento ou através de denúncias pelo telefone 153”.
Outras cidades
Crimes da mesma natureza também são registrados em outras cidades. De acordo com os levantamentos feitos pela reportagem, é comum tanto o roubo de fragmentos de túmulos, como de objetos, e, atos de vandalismo em cemitérios de toda região. O que mais revolta as famílias é saber que esses crimes, na maioria das vezes, ficam impunes.
A reportagem ouviu servidores do Departamento de Serviços, responsável pela manutenção dos cemitérios de Castro. De acordo com o entrevistado, a prefeitura não pode se responsabilizar por crimes e por prejuízos provocados nos cemitérios.
O servidor também explicou que sempre que casos são levados até o Departamento, é registrado um Boletim de Ocorrência, e que as famílias geralmente são orientadas, inclusive pelos coveiros, sobre o risco que correm ao aplicarem peças de valor comercial nas lápides. Para evitar o prejuízo, a orientação, segundo ele, é para não fazer uso de metais de valor comercial nos jazigos.