A Brasil Foods (BRF) enfrenta um indicativo de greve que pode envolver cerca de cinco mil funcionários, conforme anunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes Derivados e Alimentação (Stimlaca). As principais unidades afetadas estão localizadas em Ponta Grossa, Carambeí e Dois Vizinhos, e o movimento grevista é motivado por demandas salariais.
Luís Pereira dos Santos, presidente da Stimlaca, informou que na quinta-feira (6), durante uma assembleia, pode ser decidida a data de início da greve na unidade da BRF em Ponta Grossa. Em um vídeo divulgado nos últimos dias pelas redes sociais do Sindicato, ele explica que a pauta de reivindicações foi apresentada no dia 4 de dezembro do ano passado. No entanto, desde então, a empresa tem adiado as negociações e oferecido propostas mínimas aos trabalhadores.
A proposta da BRF é de um reajuste salarial de apenas 4,6%, equivalente à reposição das perdas inflacionárias, além de um aumento simbólico de R$ 15 no vale-alimentação. O sindicato, por outro lado, reivindica reajuste total de 7,6%, combinando 4,6% de reposição inflacionária com um aumento real de 3%.
No vídeo, Luís Pereira dos Santos destaca que a BRF teve um excelente desempenho financeiro em 2024, com lucros significativos que permitiram investimentos no exterior, como a aquisição de 26% de uma fábrica na Arábia Saudita. Além disso, a empresa recebeu milhões em benefícios fiscais do governo brasileiro nos últimos 10 anos. “É importante lembrar que a BRF teve um excelente desempenho financeiro em 2024 com lucro significativo que permitiram investimentos no exterior, como aquisição de 26% de uma fábrica na Arábia Saudita. Além disso, a empresa recebeu um benefício fiscal do governo brasileiro de R$ 488 milhões nos últimos 10 anos”, explicou. Apesar disso, a BRF não concedeu aumentos reais de salário aos seus trabalhadores durante o mesmo período.
Outras queixas incluem mudanças no plano de saúde dos funcionários, que agora enfrentam atendimentos precários, e o aumento dos preços na loja interna da empresa, superando os valores encontrados nos mercados. Luís Pereira dos Santos enfatiza que é hora de dizer basta e convoca todos os trabalhadores para participarem da assembleia no dia 6 de fevereiro, nos locais de entrada e saída da fábrica e no sindicato, para decidirem o início da greve.
Proposta de reinvindicações
Entre as demandas do sindicato estão um piso salarial de R$ 2,1 mil, vale-alimentação de R$ 452, doze kits de produtos no valor de R$ 100 cada, o retorno do plano de saúde Unimed e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Posição da BRF
Em recente resposta após a procura pela imprensa, BRF informou que o processo de negociação para a renovação do acordo coletivo de trabalho está em andamento e que a empresa continua dialogando com o sindicato para alcançar um consenso.