Selo de Aterro Zero torna Parque Estadual Vila Velha modelo para o País

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AEN

Ponta Grossa – O Parque Estadual Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é a primeira Unidade de Conservação do País a conquistar o selo Aterro Zero, um reconhecimento de que não destina mais nenhum tipo de resíduo para aterro sanitário. O selo foi entregue nesta quarta-feira (19) pela KWM (Kapersul Waste Management), empresa especializada no desenvolvimento de soluções completas e integradas de gestão de resíduos.

Vila Velha é o primeiro parque concedido pelo Governo do Paraná à gestão da iniciativa privada. A gestão é da Soul Vila Velha. No evento de outorga do selo, o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, destacou que o parque entra para história e que  atende o conceito de sustentabilidade do governo estadual. Desde dezembro do ano passado, os resíduos gerados na Unidade de Conservação são recolhidos, reciclados ou coprocessados.

“É um case de sucesso, mostrando que é possível melhorar a vida das pessoas e do planeta. É possível crescer, desenvolver, gerar emprego e renda com o turismo de natureza, mas ao mesmo tempo cuidar e recuperar o meio ambiente”, afirmou o secretário Márcio Nunes. “O mundo inteiro discute como diminuir as emissões de carbono na atmosfera e esse parque vem dando sua contribuição e se torna modelo para o Paraná e para o país, com resultados positivos ao meio ambiente”.

Reaproveotamento

Desde o início da parceria entre a concessionária que administra o Parque Estadual e a empresa KWM, cerca de 2 toneladas ao mês de resíduos deixaram de ser depositadas em aterros sanitários. Foram instalados seis grandes contentores de lixo no parque: um na entrada de Furnas, outro na entrada da Lagoa Dourada e quatro no Centro de Visitantes, onde a produção de lixo é maior.

O reaproveitamento dos plásticos recolhidos retornou ao parque em forma de sacos de lixo e lixeiras ecológicas feitas com os materiais reciclados. Além disso, papel e papelão recolhidos são transformados em papel toalha e outros tipos de papel. Já os rejeitos são utilizados como combustível alternativo na produção de cimento. Os resíduos orgânicos viram adubos pelo processo de compostagem. 

“Essa ação é fundamental para desenvolver políticas de educação ambiental nas Unidades de Conservação. Os resíduos sólidos são os maiores problemas em locais com grande circulação de turistas e a destinação correta é muito importante”, afirmou o diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto.

Segundo Leandro Ribas, gestor da Soul Vila Velha, o reconhecimento como Aterro Zero se reflete nos colaboradores e visitantes. “Tanto nossos colaboradores que fazem a coleta de resíduos quanto os visitantes são orientados a praticar a política de reciclagem e reutilização”, disse.

Gestão

A empresa Kapersul Waste Management é especializada no desenvolvimento de soluções completas e integradas de gestão de resíduos. Leon Fernando Miecoanski, consultor ambiental da KWM, responsável pelo projeto do Parque Vila Velha, explicou que do total de resíduos gerados na unidade, cerca de 60% são recicláveis (papel, metal, plástico e vidro) e 40% são resíduos orgânicos e rejeitos (material que não pode ser reaproveitado). 

Em média, 1 kg de resíduo reciclável produz 0,7 kg de novos produtos. No futuro, com o parque operando com sua capacidade total de visitantes e o funcionamento de novos restaurantes, a KWM projeta coletar cerca de 4 toneladas de resíduos sólidos, o dobro do volume atual.

Unidade

Criado em 1953, o Parque Estadual Vila Velha preserva as formações areníticas, representativas dos campos nativos do Paraná. Tombada em 1966, pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, a Unidade de Conservação possui diversos atrativos. Entre eles, os arenitos formados durante os últimos 600 milhões de anos com a ação dos ventos e das chuvas. Alguns lembram figuras como índio, noiva, garrafa, bota e a famosa taça, cartão postal e símbolo do Parque.

A Lagoa Dourada, outro atrativo do parque, possui a mesma origem das Furnas e é um importante local para a reprodução de peixes como a traíra, o bagre e a tubarana. Os aspectos geológicos e a vegetação natural formada pelos campos nativos realçam a beleza do local. 

Buraco do padre

Ainda nesta quarta-feira, o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo conheceu o modelo de administração adotado no Buraco do Padre, também em Ponta Grossa, que teve sua exploração comercial direta autorizada pelo ICMBio, no modelo de Parceria Público Privada (PPP). O atrativo integra o Parque Nacional dos Campos Gerais. 

Estado e Jaguariaíva estudam exploração do Parque Estadual Vale do Codó  

O Parque Estadual Vale do Codó, localizado no município de Jaguariaíva, no Norte Pioneiro do Estado, tem projetos para exploração do turismo de natureza. “Com parceria podemos transformar este local, com uma beleza natural extraordinária, num grande ponto turístico”, afirmou Nunes. 

As atividades estão sendo discutidas pela secretaria e a prefeitura do município. “Estamos atuando juntos para satisfazer as necessidades da nossa comunidade e tornar esses atrativos naturais em espaços respeitados”, destacou a prefeita Alcione Lemos.

O parque, criado em 2007, possui 770 hectares e atrativos, como cachoeiras, paredões, Fenda do Véu da Noiva, entre outros.

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